Ao golear o Werder Bremen na BayArena e ampliar a sua invencibilidade para 42 partidas na temporada, o Leverkusen sagrou-se campeão da Bundesliga pela primeira vez na sua história.
Mas quem vê a equipa de Xabi Alonso jogar não sabe a travessia no deserto que o clube passou.
Fundado em 1904 por funcionários da gigante farmacêutica Bayer, a equipa só chegou à primeira divisão da Alemanha em 1979.
Os únicos títulos relevantes do Leverkusen até este domingo eram o da Taça UEFA 1987/88 e da Taça da Alemanha 1992/93.
Desde a taça da Pokal em 1993, o rubro-negro alemão foi vice-campeão da Bundesliga cinco vezes, incluindo a perda do título na última jornada da temporada 1999/00 devido ao saldo de golos.
O ano dos vices
O maior balde de água fria de todos os tempos chegou, porém, na temporada 2001/02.
A equipa de Michael Ballack e Lúcio sonhava com o triplete, mas acabou vice da Bundesliga, da Taça da Alemanha e da Liga dos Campeões.
Sob o comando do técnico Klaus Toppmöller, o Bayer tinha uma vantagem de cinco pontos na liderança da Bundesliga a três jornadas do fim, mas foi ultrapassado pelo Borussia Dortmund.
Na final da Taça da Alemanha, o Leverkusen perdeu com o Schalke por 2-4 depois de ter saído na frente.
E na final da Liga dos Campeões, o rubro-negro perdeu para o Real Madrid por 1-2, com um golo antológico de Zinédine Zidane.
Esta série de fracassos na reta de chegada rendeu à equipa a infeliz alcunha de "Neverkusen" – ou "Vicekusen", em alemão.
O apelido clássico do Leverkusen ainda é "Werkself" (ou "clube do trabalho", em alemão) porque, até a década de 70, a maioria dos jogadores trabalhava na fábrica da Bayer.
Mas a nova alcunha ficou tão popular que a Bayer, empresa que ainda é proprietária da equipa, registrou a "marca" Neverkusen na Alemanha.
Depois de superar a maldição do vice este domingo, a equipa de Xabi Alonso ainda disputa a final da Taça da Alemanha e está nos quartos de final da Liga Europa – e pode conquistar o tal triplete que escapou há duas décadas, ainda que sem a Champions.