Recorde as principais incidências da partida
A eficácia é um dos elementos mais importantes no mundo do futebol. De nada vale apresentar números soberbos de posse de bola se no final do jogo o adversário vai uma (duas ou três) vezes à baliza e consegue marcar. Este resumo simplista encaixa na perfeição ao que foi o jogo entre Espanha e Japão, até esta segunda-feira invictos e sem qualquer golo sofrido na maior prova de seleções do planeta.
Jorge Vilda promoveu uma alteração no eixo defensivo (Rocío Gálvez no lugar de Ivana Andrés) e La Roja não teve dificuldade em manter o seu jogo de posse, embora muito mais controlado por parte do adversário. O Japão manietou por completo as três jogadoras do meio-campo espanhol - Abelleira, Putellas e Aitana -, que teve sérias dificuldades para fazer ligação ao ataque de Caldentey, Hermoso e Paralluello.
A arte de simplificar
Em sentido contrário, a seleção nipónica precisou apenas de uma oportunidade junto à baliza contrária para abrir a contagem. Jun Endo lançou a bola para as costas da linha defensiva espanhola, completamente desorganizada, e Hinata Miyazawa ganhou em velocidade antes de desviar para fora do alcance de Mia e, consequentemente, atirar para o fundo das redes.
A equipa liderada por Futoshi Ikeda sorria obviamente pelo golo marcado, mas sobretudo por perceber que a sua estratégia estava a funcionar na perfeição. Ou seja, o Japão teve a arte para conceder a iniciativa de jogo ao adversário e, ao manter uma excelente organização defensiva, com blocos bem organizados, apresentou níveis de eficácia extremos.
Antes da meia hora de jogo, mais uma prova dessa ideia. Riko Ueki recebeu de Miyazawa e fez o segundo golo na segunda oportunidade do Japão. E não houve duas sem três! Inversão de papéis com Ueki a assistir Hinata Miyazawa para o surpreendente 3-0, na sequência de uma perda de bola de La Roja. Dois toques e golo. Não tanto pela vantagem, justíssima, mas, sim, pela forma como as nipónicas tinham chegado aos três golos de vantagem, o Japão era a sensação do jogo.
Perante tudo aquilo que faltou à sua equipa no primeiro tempo, Jorge Vilda tentou adaptar a estratégia para evitar surpresas ainda maiores, no entanto é justo (e verdadeiro) escrever que a guarda-redes Ayaka Yamashita foi uma mera espectadora do encontro e ainda viu as suas companheiras de equipa a dilatarem (ainda mais) o resultado.
Mina Tanaka aproveitou da melhor forma um erro grosseiro defensivo de Espanha e anotou o 4-0 final com um remate muito bem colocado, ao ângulo superior direito da baliza de Misa, para um resultado que não deixou margens para dúvidas: o Japão é sério candidato ao título mundial.
Com este resultado, o Japão termina a fase de grupos com três vitórias em três jogos (11 golos marcados e zero sofridos), e marca agora encontro com a Noruega nos oitavos. Já a Espanha vai medir forças com a Suíça, líder do grupo A.
Melhor em campo Flashscore: Hinata Miyazawa (Japão)