“Devido à lesão não vou estar no Campeonato da Europa. Primeiro tenho de recuperar a 100% e não consigo colocar uma data para esse objetivo. Com sorte posso voltar a jogar em maio, mas nunca vou estar 100% pronto para um grande torneio. É melhor ser sincero. Não vou estar na baliza da seleção a 80% quando temos outros bons guarda-redes. Por isso vou ser mais um adepto em junho, espero que a celebrar o título”, explicou em entrevista ao Sporza.
Recorde-se que Courtois sofreu uma lesão grave no joelho esquerdo durante um treino do Real Madrid em agosto. De resto, não somou qualquer minuto oficial esta temporada pelos merengues.
Internacional pela Bélgica em 102 ocasiões, foi o titular dos diabos vermelhos nos últimos dois Europeus (2016 e 2020) e três Mundiais (2014, 2018 e 2022).
Esclarecer a polémica
Courtois aproveitou também a entrevista para explicar a polémica com a seleção belga. O guarda-redes deixou o estágio da seleção em junho passado, antes do jogo na Estónia, alegadamente desagradado com as opções de Domenico Tedesco.
“Em primeiro lugar, queria pedir desculpa. Foi a decisão errada sair após o jogo com a Áustria. Queria pedir perdão em especial aos adeptos e aos colegas, que acho que foram os ficaram mais surpreendidos. Foi uma decisão que pessoalmente me afetou pouco, mas foi grande para o grupo, criei ansiedade desnecessária antes do jogo com a Estónia, mas estava farto de algumas coisas. Primeiro, quero esclarecer que nada teve a ver com a questão do capitão. A história tem mais contexto e muitos falaram para ter o seu minuto de glória e estavam pouco interessados em conhecer o meu lado. Se for por isso tinha saído logo em março (quando Tedesco escolheu De Bruyne como capitão), e depois estou eu e o Lukaku”, explicou.
Deixou algumas críticas a Tedesco.
“Durante essa semana estive em Tubize desde segunda-feira, como o único capitão (De Bruyne estava lesionado e o Lukaku ia chegar mais tarde, depois da final da Champions). Contudo, o selecionador não falou comigo uma única vez. Vá, talvez um minuto antes do treino, para saber como estavam a correr as coisas em Madrid. No Real eu sinto-me respeitado por todos, com a seleção, não. No sábado, a poucas horas do início do jogo, o Tedesco chamou-me a mim e ao Lukaku e disse que o Romelu ia ser o capitão contra a Áustria e eu contra a Estónia. Algo explodiu dentro de mim, não me senti apreciado. Era um jogo especial para mim, ia ser homenageado frente aos austríacos pelo meu centésimo jogo. O selecionador não pensou em mim”, atirou.
Após esse incidente, Courtois revelou também alegadas ameaças do selecionador.
“Não fez qualquer esforço para encontrar uma solução. Simplesmente disse que ia contar tudo à imprensa. Queria pressionar-me para não ir embora, ameaçou-me. Era uma conversa privada e depois existe essa quebra e confiança”, concluiu.