Lopera: personalidade avassaladora, busto mítico e, acima de tudo, paixão pelo Betis

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Lopera: personalidade avassaladora, busto mítico e, acima de tudo, paixão pelo Betis
Lopera, figura incontornável do Real Betis, faleceu no sábado
Lopera, figura incontornável do Real Betis, faleceu no sábadoCRISTINA QUICLER / AFP
O empresário, que faleceu este sábado aos 79 anos, pertenceu a uma saga de dirigentes em que havia vários ingredientes em comum: ego, carisma, desejo de notoriedade... e muita testosterona.

Manuel Ruiz de Lopera conquistou o afeto de muitos e a inimizade de muitos outros (dentro e fora do Real Betis). A sua forma de gerir o clube, no mínimo peculiar, gerou tanto apoiantes como opositores. Naquela época, nos últimos anos do século passado e nos primeiros do atual, as coisas faziam-se de forma muito diferente. Durante o seu mandato como presidente, que durou uma década, coincidiu, entre outros, com Jesús Gil e José María del Nido Benavente.

Figura carismática, singular e polémica, gozou de uma enorme popularidade desde a sua tomada de posse. Com o passar do tempo, essa avaliação positiva foi-se transformando numa direção radicalmente oposta à dos adeptos. Entre as decisões que irritaram os adeptos, conta-se a iniciativa de dar o seu nome ao estádio, situação que se manteve até 2010, altura em que a maioria dos votos dos sócios restabeleceu o nome Benito Villamarín.

A crescente oposição levou a protestos que minaram a sua credibilidade, especialmente quando se tornaram conhecidas as decisões judiciais que questionavam a sua atuação à frente do clube. No entanto, Lopera conseguiu algo muito difícil: entrar na memória colectiva do Betis e, também, do futebol espanhol. Além dos êxitos que alcançou, isso deve-se sobretudo à sua personalidade avassaladora.

Um dos episódios mais mediáticos da sua carreira teve lugar em 2007. O Sevilha ia visitar Heliópolis e, num clima de grande tensão, vetou o seu homólogo Del Nido, que no domingo enviou as suas condolências aos familiares e amigos.

Este último anunciou que iria assistir ao jogo, como era seu costume, e encontrou um busto de Lopera na poltrona atrás de si. Recorde-se que esse dérbi ficou também marcado pelo arremesso de garrafas contra Juande Ramos, treinador da equipa visitante, que motivou mesmo o adiamento do jogo numa altura em que os ânimos entre adeptos do Betis e do Sevilha atingiam proporções tão épicas quanto perigosas.