Um dos pontos de viragem no Barçagate, pelo menos no que diz respeito à rivalidade entre merengues e culés, ocorreu quando o Real Madrid anunciou, a 12 de março, que iria aparecer no processo de análise dos pagamentos milionários do clube catalão a José María Enríquez Negreira, vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros, assim que o juiz o abrisse às partes lesadas.
Para tornar as coisas ainda mais quentes antes do jogo desta quarta-feira, em que os dois rivais jogam por um lugar na final da Taça, foi revelado que o Real Madrid, depois de ter sido publicado que o Ministério Público acusou os blaugranas de pagarem a Negreira para"favorecer o Barcelona nas decisões dos árbitros", alegaram sentir-se lesados para participar no caso como um processo privado.
"O Real Madrid CF, como é sabido, participa no campeonato da liga nacional, pelo que as ações que são objeto do presente caso, destinadas a favorecer o FC Barcelona, que é um dos principais concorrentes do nosso cliente, na tomada de decisões dos árbitros e, portanto, nos resultados da competição, prejudicaram-no indubitavelmente", pode ler-se na carta assinada pelo clube da capital e enviada a 24 de março ao Tribunal de Instrução 1 de Barcelona.
No documento, o Real Madrid afirma que, seguindo as garantias do Ministério Público, o seu principal interesse em aparecer no caso está na "limpeza da competição desportiva em que participa" e que é uma "entidade ofendida ou prejudicada" na matéria.
Se o juiz, que já avisou as partes envolvidas, para que estas pudessem decidir sobre a conveniência de aceitar o Real Madrid como procurador privado (onde já está a LaLiga, de Javier Tebas), concordar com esta entrada, o clube presidido por Florentino Pérez terá acesso a todas as informações sobre a investigação e poderá solicitar penas de prisão ou multas para aqueles que estão a ser investigados (neste caso, também para o Barcelona como clube) antes da realização do julgamento.