Noutro mundo, poderia ter sido Carlo Ancelotti o escolhido pelo americano. Em vez disso, Ancelotti regressa a Stamford Bridge como adversário, representando o Real Madrid no confronto dos quartos de final da Liga dos Campeões, na terça-feira.
O veterano presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, trouxe o italiano de volta ao leme para uma segunda passagem, depois de Zinédine Zidane se ter afastado novamente em 2021.
Enquanto perseguem o Barcelona em LaLiga nesta temporada, a equipa de Madrid mostra todos os sinais de poder vencer a final em Istambul, a 10 de junho.
O Real Madrid conquistou uma vantagem de 2-0 contra os blues no primeiro jogo, com golos de Karim Benzema e Marco Asensio, e podia ter feito mais golos à medida que controlava o desafio.
No outro extremo, a antiga dupla do Chelsea, Thibaut Courtois e Antonio Rudiger, fez importantes defesas e cortes para deixar a equipa de Lampard de mãos a abanar.
O regresso de Ancelotti ao campo Chelsea evoca grandes memórias de uma das melhores equipas de sempre da Premier League, que conquistou a Premier League a FA Cup em 2010. Os ingleses contavam com grandes como Didier Drogba, John Terry, Michael Ballack e o próprio Lampard.
O atual plantel do Chelsea, montado de forma dispendiosa, carece da liderança e qualidade, como foi dolorosamente revelado na sua derrota no Santiago Bernabéu na semana passada.
"Estou triste, sim", disse Ancelotti antes desse confronto. "Tenho uma memória fantástica deste clube, das pessoas que ainda lá trabalham. Sou adeptos do Chelsea, claro, porque passei dois anos muito bons lá. Penso e espero que Lampard seja capaz de fazer um trabalho fantástico com eles".
Escolha segura
Apesar de não ser a primeira escolha - ou segunda, ou terceira - para o trabalho, Ancelotti foi escolhido de forma segura e ajudou o Real Madrid a conquista LaLiga na época passada. Tal como Zidane, está a mostrar que uma excelente gestão humana é vital para os treinadores dos blancos.
"Sou fantástico na gestão, mas há outras coisas, porque esta equipa é bem treinada", disse Ancelotti antes da primeira mão. "Se ganharmos a Taça do Rei, ganhamos todos os títulos possíveis em dois anos e há equipas que não ganharão isso em toda a sua vida".
"A porta está aberta e cabe-nos a nós abri-la ainda mais", disse Lampard após a derrota da primeira mão.
A afirmação será música para os ouvidos de Ancelotti. O técnico de 63 anos levantou o troféu seis vezes, duas como jogador, e quatro vezes como treinador, observando que se aproxima do seu 1.300.º jogo como treinador.
A sua experiência e estabilidade contrastam fortemente com o projeto aleatório do Chelsea e, na terça-feira, podem ajudá-lo a destacar o abismo onde deixou memórias.