200 e 250
Em relação à vitória em Famalicão, para a Taça de Portugal, Sérgio Conceição – que celebrou o jogo 200 no banco do FC Porto – fez quatro alterações, com Diogo Costa, Uribe, Taremi e Evanilson a regressarem ao onze. O capitão Pepe somou o jogo 250 pelos dragões. Um dérbi de efemérides.
Quanto ao Boavista, Petit apostou exatamente nos mesmos onze jogadores que venceram o Rio Ave na jornada passada.
Solução e problema
Longe do tempo em que as duas equipas disputavam objetivos cimeiros na tabela, um dérbi da Invicta está sempre marcado por muita intensidade e dois conjuntos aguerridos. Nos primeiros minutos no Estádio do Dragão não faltou agressividade, mas nem sempre a favor da partida.
Jogadores nervosos, tensão nos píncaros e Rui Costa a pedir cabeça a ambos os lados. Quando isso não funcionou, começou a distribuir cartões e o Boavista foi penalizado com Yusupha, Makouta e Agra a receberam a cartolina amarela que os tira da próxima ronda.
Jogador com um temperamento irascível, mas dotado de uma genialidade como poucos no campeonato português, Otávio foi figura central no primeiro tempo. Pela forma como conseguiu desestabilizar Salvador Agra e Seba Pérez e pela qualidade que emprestou ao jogo dos dragões.
Contudo, o que parecia ser uma solução tornou-se um problema. Originalmente na direita, derivou sempre para o meio, um vagabundo no campo que deixou o lado direito entregue a um Manafá que nunca encontrou espaço para as cavalgadas habituais.
Balançado completamente à esquerda, o FC Porto ficou enredado na estratégia do Boavista e não conseguiu criar perigo num primeiro tempo onde não consegui um remate enquadrado com a baliza do experiente Bracali.
De resto, na primeira vez que a bola saiu na direção da baliza, o Estádio do Dragão gelou. Seba Pérez fez um remate enrolado, Diogo Costa falhou a abordagem e a bola rolou paralela à linha de fundo, mas não entrou.
Reveja aqui as principais incidências do jogo
Entrada às direitas
O segundo tempo abriu com Sérgio Conceição a lançar André Franco, Galeno e Toni Martínez. Uma tripla substituição que só acontece uma vez esta época – na derrota com o Rio Ave – e que visou reforçar a direita (Otávio passou para o duplo pivô do meio-campo).
E foi mesmo uma entrada às direitas dos dragões. Aos 58 minutos, André Franco antecipou-se a Mangas e o defesa do Boavista chegou atrasado ao lance, derrubando o adversário. Penálti assinalado por Rui Costa e Taremi chamado a converter.
Diante da claque azul e branca, o avançado iraniano fez o 16.º golo na Liga e aproximou-se de Gonçalo Ramos e João Mário, a dupla do Benfica que lidera a tabela de artilheiros, com 17 tentos.
Vermelho da preocupação
Em vantagem, o FC Porto entrou numa exibição mais personalizada. A equipa percebeu que o Boavista ia ter de arriscar na busca pelo empate e piscou o olho ao espaço deixado nas costas da defesa – quase sempre bem defendido por Bracali.
Contudo, a linha entre o controlo e o descontrolo no futebol é ténue e em poucos segundos, o FC Porto atravessou-a. Um dos mais regulares da temporada, Marcano perdeu a bola e viu Mangas isolar-se, mas antes de deixar o adversário alvejar a baliza de Diogo Costa, o central espanhol puxou-o e derrubou-o. Vermelho direto, sem hesitações de Rui Costa.
Reduzido a 10, o FC Porto foi obrigado a recuar. Lançado ao intervalo, Toni Martínez esteve 24 minutos em campo antes de ser substituído por Fábio Cardoso. De mandão em casa, o dragão passou a ser mais expectante, a tentar controlar o ímpeto ofensivo de um Boavista que acreditava que podia levar pontos da casa do rival pela primeira vez esta época.
Bozenik e Yusupha, por duas vezes consecutivas conseguiram ganhar espaço no corredor central, mas na hora de rematar não conseguiram enquadrar o remate. Ainda assim percebia-se a apreensão que transparecia de Sérgio Conceição e se alargava às bancadas.
Pior ficou quando Diogo Costa foi obrigado a uma grande defesa aos 86 minutos ao desvio de Bozenik após cruzamento de Bruno Onyemaechi.
O apito final de Rui Costa foi um enorme suspira de alívio nas bancadas bem compostas do Dragão. O FC Porto sobreviveu ao dérbi e subiu ao segundo lugar com 73 pontos, a quatro do Benfica e com mais um que o SC Braga. Já o Boavista está no 12.º lugar com 37 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Otávio (FC Porto)