Chegou ao fim uma maratona de 10 meses. Depois de no dia 5 de agosto de 2022 ter arrancado a Liga com uma expressiva vitória diante do Arouca, o Benfica chegou ao dia 28 de maio e celebrou o título com um triunfo frente ao Santa Clara, que lhe permitiu celebrar a 38.ª Liga do palmarés.
A época foi longa, marcada por alguns obstáculos e o Flashscore recorda os momentos que marcaram a caminhada dos comandados de Roger Schmidt na busca por um título que escapava desde 2019.
Boavista – Benfica, 0-3
Quatro dias depois de ter garantido a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, um dos objetivos inaugurais da época, o Benfica visitava o Boavista para aquele que se adivinhava um teste de fogo. Otamendi não estava disponível e Roger Schmidt lançou um jovem António Silva, de 18 anos, a titular, que se estreava na Liga (e logo com um amarelo aos sete minutos). Um golo de Morato, num canto, ajudou o Benfica a acalmar numa partida em que estava a sofrer com as investidas axadrezadas. João Mário, que envergava a braçadeira de capitão, bisou e carimbou um triunfo essencial.
Um dia depois desta vitória, o Benfica viu o FC Porto perder na visita ao Rio Ave. O resultado permitiu aos encarnados isolarem-se na liderança da Liga, posto que não deixaram mais até ao final.
FC Porto – Benfica, 0-1
O primeiro grande teste de fogo para Roger Schmidt. Com a equipa a atravessar uma fase menos positivo (uma vitória no tempo regulamentar em quatro jogos), o Benfica visitava o Estádio do Dragão, casa do campeão e terreno que por norma se mostrava amaldiçoado para as águias.
Sem vencer desde 2019 nas visitas ao FC Porto, o Benfica beneficiou da impetuosidade de Eustaquio (expulso com dois amarelos em três minutos) e Rafa Silva foi decisivo com o golo da vitória que permitiu segurar a liderança. Um tónico, três dias antes de receber a Juventus e carimbar a passagem aos oitavos de final da Liga dos Campeões.
SC Braga – Benfica, 3-0
O primeiro choque. Após a consagração da Argentina como campeã do Mundo, o campeonato regressou com a primeira derrota do Benfica na temporada. Se é certo que o empate com o Moreirense – que significou a eliminação da Taça da Liga – deixava algumas preocupações, nada fazia prever o debacle na Pedreira.
Com Enzo Fernández envolvido nos rumores da saída para o Chelsea, o meio-campo do Benfica foi engolido pelo do SC Braga e os bracarenses tornaram-se na primeira equipa a derrotar o Benfica em 2022/23 e gerar as primeiras dúvidas em Roger Schmidt.
Benfica – FC Porto, 1-2
Abril tornou-se o ponto focal da temporada do Benfica. No espaço de quatro dias, a equipa de Roger Schmidt tinha a possibilidade de fazer um xeque-mate ao campeonato, na receção ao segundo classificado FC Porto, e ia defrontar o Inter, nos quartos de final da Liga dos Campeões, com um caminho possível para uma eventual final europeia.
Contudo, os sonhos transformaram-se em dúvidas. Com a Luz repleta, o Benfica até se adiantou no marcador, quando Gonçalo Ramos contou com a colaboração de Diogo Costa. Mas Uribe e Taremi operaram a reviravolta de um FC Porto que renasceu na Sexta-feira Santa.
A sete jornadas do fim, a distância era agora de sete pontos. Nada de alarmante, não fosse nova derrota em Chaves, uma semana depois, e o FC Porto a quarto pontos, com seis jogos por disputar. A isto juntou-se a eliminação ante o Inter, numa eliminatória da Liga dos Campeões em que as águias nunca estiveram em controlo. Pela primeira vez, podia falar-se em crise na Luz, isto dias depois de Roger Schmidt ter renovado o contrato.
Benfica – SC Braga, 1-0
A recuperar da pior fase da época, o Benfica chegava a um dos jogos decisivos da época ainda algo titubeante. Outsider no início da época, o SC Braga chegava ao Estádio da Luz com o sonho de vencer e confirmar a candidatura a um título inédito.
Contudo, o Benfica colocou um ponto final nas aspirações dos arsenalistas. O triunfo por 1-0, com Rafa Silva novamente a decidir, foi um passo decisivo na conquista do título e uma demonstração de carácter dos comandados de Roger Schmidt que pareciam ter atirado para trás das costas a palavra crise.
Sporting – Benfica, 2-2
A 21 de maio de 2023, Lisboa e Portugal pararam para ver o dérbi eterno. O Benfica visitava o Sporting com um objetivo simples: vencer e festejar a conquista do título em casa do principal rival.
Um sonho que se ia transformando em pesadelo, quando o Sporting foi para o intervalo a vencer por 2-0 e o Benfica não dava mostras de conseguir dar a volta ao leão. Contudo, um segundo tempo de grande nível e um golo de João Neves nos últimos minutos permitiram a festa das águias. O título não estava fechado, mas estava muito perto. Eram dois os pontos de vantagem para o FC Porto e uma vitória diante do despromovido Santa Clara, em casa, garantia a festa. Assim foi.
