"Temos de criar essa sequência e voltar ao normal do que já fizemos. Não fizemos muito para criar essa sensação esta época e também é importante não sofrer golos contra uma equipa que, para mim, talvez tenha sido a que mais melhorou desde a paragem do Mundial. Tem um bom treinador, que teve tempo para treinar e tem jogadores talentosos, até já fomos buscar alguns. Tem a Taça pelo meio, mas tem objetivos no campeonato. É um bom teste, com uma dinâmica interessante e onde queremos dar sequência à vitória em Guimarães", elogiou Rúben Amorim, falando do Famalicão e, igualmente, explicando como motiva os jogadores para procurarem essa sequência, sabendo-se que os leões já não estão a lutar por qualquer título.
"Como se motiva? Acima de tudo, explicando o processo onde estamos inseridos... Não atingimos os objetivos mínimos, todos os jogadores e staff sabem disso, mas daqui a cinco jornadas começa tudo outra vez. Temos um processo para melhorar e uma equipa com potencial e lacunas para melhorar. Os jogadores sabem que ainda não acabou a época e que têm de pensar no futuro. Eles são jovens, com contratos longos, e é a única forma de os motivar, dizer que a vida do futebol é sempre corrida e que temos estar de melhores daqui a cinco jornadas para começar a próxima época da melhor forma", explicou o treinador do Sporting, assumindo ser "estranho" não estar a cumprir "os objetivos mínimos", como referiu, e ainda assim ter o apoio de direção e dos adeptos.
"Isso é estranho para vocês que andam aqui há mais anos e é estranho para mim. Não estamos à espera disso e também é o reflexo de que sempre tiveram um treinador que ganhou e nunca alimentou saída. Parece que agora é o outro lado da moeda. Não vamos debater esta época, sabendo que talvez o treinador gastou os créditos todos. Mas é o outro lado da moeda, porque mesmo com notícias de sondagens de outros clubes, nunca deixei a porta aberta e agora estou a receber o mesmo tratamento dos adeptos. Eles sabem que têm um treinador teimoso e que nem sempre concordam com o que faço, estou a ser correspondido pelos adeptos, mas não é normal e não é fácil lidar. Não é normal num clube grande como o Sporting ter estabilidade nesse aspeto, mas é sinal de maturidade e facilita-me a vida", disse Rúben Amorim, questionado uma vez mais sobre a sua continuidade no comando técnico da equipa de Alvalade na próxima época: "Vou falar mais 15 vezes convosco esta época e nada mudou, temos uma grande responsabilidade, a minha ideia não mudou. O meu objetivo é vencer o proximo jogo."
Siga aqui as incidências do Sporting-Famalicão
Benfica e Sporting: "É como ter dois amores"
O jogo de amanhã com o Famalicão marca um registo curioso, uma vez que Rúben Amorim vai chegar aos 155 jogos no comando técnico do Sporting, enquanto no Benfica somou 154 partidas oficiais como jogador. Onde foi, afinal, mais realizado Rúben Amorim?
"Mais realizado aqui. Não tenho problemas em dizer que jogar pelo Benfica foi um sonho de criança, mas é como ter dois amores, um primeiro mais irracional, mais primitivo, outro mais racional, mais completo. Não estou a dizer que sou do Sporting desde pequenino, mas foi a melhor coisa que me podia ter acontecido. O Sporting mudou a minha vida", assumiu Rúben Amorim
O treinador do Sporting foi depois questionado sobre as situações de Chermiti e Diomande, dois jovens em afirmação na equipa principal, tendo em vista a próxima temporada.
"O Chermiti fará parte do plantel. Terá a companhia de mais um ou dois avançados, vocês terão o verão para discutir isso. Eu sempre disse que precisamos de mais um avançado", brincou Rúben Amorim. "O Chermiti tem muito potencial e aspetos a melhorar, mas até por isso, se o treinador continuar aqui, não quero que o Chermiti vá para lado nenhum. O Diomante tem de melhorar algumas coisas no jogo dele. Vão jogar os melhores, se bem que aqui ou ali posso meter algum jogador para ver ou testar para a próxima época", acrescentou o treinador do Sporting, que vai agora retribuir a ajuda da equipa B ao longo da temporada.
"Vai o Fatawu e o Dário. Prejudicamos tantas vezes o Celikkaya que agora temos de retribuir. O Daáio vai à equipa B, o Fatawu precisa de jogar na equipa A mas neste caso também vai à equipa B. Eles sabem que têm de ajudar a equipa B, da mesma forma que a equipa B nos ajudou ao longo da época", revelou o treinador, que terminou abordando, uma vez mais, o mercado de verão.
"Para mim o principal é manter os jogadores. Não sei o que vai acontecer, vamos ver", afirmou.