Semáforo da Liga: A emoção de Quaresma, o passo do SC Braga e o erro de Pepe

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Semáforo da Liga: A emoção de Quaresma, o passo do SC Braga e o erro de Pepe
A emoção de Eduardo Quaresma depois da jogada do golo anulado de Gyokeres
A emoção de Eduardo Quaresma depois da jogada do golo anulado de GyokeresFlashscore/AFP
No final de cada jornada da Liga Portugal, o Flashscore apresenta-lhe um balanço do que mais de relevante aconteceu nos nove jogos do principal escalão do futebol português, catalogado através das três cores do semáforo. O verde para destacar um momento positivo, o amarelo para assinalar algo impactante/relevante e o vermelho para um ponto menos positivo de cada ronda. Vamos aos três momentos da 14.ª jornada.

VERDE: Sentir o clube, sentir o momento

Eduardo Quaresma foi a grande surpresa no onze inicial do Sporting no clássico (2-0) com o FC Porto, lançado por Rúben Amorim a titular devido à lesão contraída pelo capitão, Sebastián Coates, no treino da véspera.

Foram 1067 os dias que separaram o clássico com o FC Porto do último jogo a titular de Eduardo Quaresma pelo Sporting. Um internacional sub-21 português, um dos primeiros produtos da formação que Rúben Amorim lançou na equipa principal dos leões quando o treinador chegou ao comando técnico dos leões. Primeiro que Gonçalo Inácio, tal como já havia sido recorrente durante a formação de ambos os centrais.

Pelo meio, porém, Eduardo Quaresma perdeu-se. Perdeu-se na regularidade, perdeu-se por entre empréstimos a Tondela e Hoffenheim. E nesta pré-época Rúben Amorim, uma vez mais, deu-lhe a mão, encontrou um espaço para o defesa no plantel e, num clássico de extrema importância, voltou a conceder-lhe papel principal.

Eduardo Quaresma não tremeu. Pelo contrário. Foi dos melhores, senão o melhor, do Sporting na primeira parte do jogo com o FC Porto. Além dos diversos desarmes e passes certos, a curta e longa distância, o central de 21 anos quis fechar os primeiros 45 minutos com chave de ouro: jogando à direita do trio de centrais, desarmou Galeno à esquerda, tabelou com Morita e cruzou, de pé esquerdo, na perfeição, para Gyokeres marcar de cabeça. O golo viria a ser anulado por falta de Eduardo Quaresma sobre João Mário, mas a imagem ninguém a tira: o desenho do golo, claro está, mas sobretudo a emoção do jovem central, depois do golo, que não deixou ninguém indiferente e arrancou mesmo lágrimas das bancadas.

Rúben Amorim disse, no fim, que a exibição não o surpreendeu, mas deixou claro que o problema de Eduardo Quaresma é apenas um. O de sempre: regularidade.

Os números de Eduardo Quaresma contra o FC Porto
Os números de Eduardo Quaresma contra o FC PortoOpta by Stats Perform/LUSA

AMARELO: Os grandes medem-se aos palmos

O SC Braga tem um dos melhores plantéis em Portugal. Facto. Tem até, diriam alguns, o plantel mais equilibrado do campeonato, com dois jogadores por posições, de valias praticamente idênticas. Depois do 3.º lugar na época passada, com consequente apuramento para a Liga dos Campeões, António Salvador quis dar mais um passo em frente na afirmação do clube como um dos grandes em Portugal, um real candidato ao título, acrescentando à fantasia e qualidade de nomes como Ricardo Horta, Al Musrati e Bruma, a experiência e os currículos de atletas como José Fonte, João Moutinho ou mesmo Rony Lopes.

Na Liga dos Campeões, num grupo complicado, o SC Braga cumpriu os objetivo: um terceiro lugar, atrás de Real Madrid e Nápoles, superiorizando-se ao Union Berlim. No campeonato, segue no 4.º lugar, o mínimo exigível perante a valia das opções à disposição de Artur Jorge.

Parece continuar a faltar, porém, aquele passo em frente decisivo para o SC Braga ser um grande - o quarto, neste caso - do futebol português da atualidade. Porque, além dos títulos que (ainda) lhe faltam, o clube dos arcebispos continua a tropeçar quando mede forças com os maiores. Perdeu os quatro jogos com Real Madrid e Nápoles, na Champions, não conseguiu vencer o Sporting (1-1) em casa, na 4.ª jornada, e agora, novamente no Municipal de Braga, voltou a cair perante o Benfica (0-1), na 14.ª ronda. Diz-se que é contra os ditos pequenos que se perdem campeonatos, mas é também muito contra os grandes que se mede a grandeza de um clube.

Os números do SC Braga-Benfica
Os números do SC Braga-BenficaOpta by Stats Perform

VERMELHO: Liderar pelo exemplo

Pepe tem 40 anos, mais de 100 internacionalizações (134) pela Seleção Nacional, praticamente 250 jogos no principal escalão do futebol português (245). É um profissional de mão cheia, diz quem com ele trabalha e já trabalhou. Mas é, também, um jogador que leva ao limite a agressividade em jogo e a paciência de adversários, adeptos e árbitros.

Sérgio Conceição disse-o, no final do clássico com o Sporting, que o FC Porto perdeu por 0-2, que os dragões defrontaram, esta temporada, os dois grandes rivais na luta pelo título jogando praticamente duas horas reduzidos a dez. E tem razão. Também tem, porém, razão quando diz que a expulsão de Pepe, com vermelho direto, foi correta.

"Uma das expulsões (Fábio Cardoso, na Luz) foi discutível, a do Pepe, penso que é correta. Não vi o lance em pormenor, mas vi o Matheus (Reis) sair a sangrar, mas há sempre essa provocação enorme. É um jogador e homem que nos tem dado muito e vai continuar a dar. Estamos todos com ele", afirmou Sérgio Conceição no auditório Artur Agostinho, em Alvalade.

Pepe não pode fazer o que fez. Ninguém pode. Mas Pepe ainda menos. Porque é o capitão. Porque tem 40 anos. Porque tem mais de 830 jogos como profissional. E porque, estando em dúvida para o clássico, Sérgio Conceição e o departamento médico fizeram de tudo para ter o central em campo diante do Sporting. E Pepe, desta vez, deixou ficar mal o clube. E os companheiros.

As escolhas de Mário Rui Ventura
As escolhas de Mário Rui VenturaFlashscore