O anúncio da chegada do Apache Tevez aos Diablos Rojos foi feito pelo próprio antigo avançado e ídolo do Boca, que o admitiu na televisão: "Sim, sou o novo treinador do Independiente e na terça-feira será a apresentação na sede do clube".
Tévez vai assumir imediatamente o cargo deixado por Ricardo Zielinski, que se afastou no domingo, horas depois da dura derrota caseira do Independiente contra o Colón (0-1), adversário direto na luta pela manutenção.
Os resultados da primeira jornada do campeonato (Taça da Liga Profissional) só complicaram ainda mais a situação do clube, que foi ultrapassado na classificação pelo Colón e Huracán. As três equipas estão agora em zona de despromoção e, se a competição terminasse hoje, teria de ser disputado um mini-torneio entre as três para decidir qual delas seria despromovida à segunda divisão.
Tevez chega ao Independiente acompanhado da mesma equipa técnica que o acompanhou na breve e primeira experiência como treinador do Rosario Central no ano passado, numa campanha discreta que contou com 6 vitórias, 9 empates e 7 derrotas, com menos de 40% de aproveitamento.
Como fator favorável para além dos números pouco animadores, Tevez deu a oportunidade a vários jovens jogadores que mais tarde foram transferidos por milhões de euros para a Europa, como Alejo Véliz, Facundo Buonanotte e Mateo Tanlongo, agora no Sporting.
Não foi a primeira opção
A decisão da direção do Independiente em escolher Tevez aconteceu depois de várias tentativas com outros técnicos mais afinados com o gosto dos adeptos do Rojo, entre os quais Ariel Holan e Gabriel Milito, atual treinador do Argentinos Juniors, mas ambos rejeitaram a proposta de um clube que passa também por um péssimo momento financeiro.
Tévez, de 39 anos, reuniu-se com o presidente em funções, Néstor Grindetti, e ao final da tarde ficou a saber da sua nova missão, salvar um dos clubes históricos do futebol argentino de uma possível segunda despromoção, agora encurralado numa crise de maus resultados, com um plantel sem fio de jogo e com a confiança no chão.
O Apache, um dos ídolos históricos do Boca e ao mesmo tempo um adversário clássico do Independiente, terá logo pela frente desafios importantes, já que se vai estrear no próximo domingo contra o Vélez Sarsfield, outro rival direto na intensa luta pelo manutenção, em Avellaneda, na segunda jornada da Taça da Liga.