A chave do título chama-se Saliba: sem ele, o Arsenal definha e não tem forma de travar Haaland

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A chave do título chama-se Saliba: sem ele, o Arsenal definha e não tem forma de travar Haaland
William Saliba contra Erling Haaland no seu último jogo.
William Saliba contra Erling Haaland no seu último jogo.Profimedia
Não é o nome mais famoso do plantel do Arsenal, o mais caro, nem o que marca mais golos. No entanto, o defesa francês William Saliba (22 anos) parece ser, segundo os especialistas, o fiel da balança que vai decidir a renhida corrida pelo título da liga inglesa esta época. Ou, mais precisamente, a lesão do central. É que, depois dele, a sólida unidade defensiva da equipa londrina desmoronou-se - e, pior ainda, o treinador Mikel Arteta ainda não sabe como a recompor.

É impressionante. Antes de Saliba se ter lesionado nas costas no jogo da segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa, em meados de março, a sua equipa estava a dar cartas. Em quatro jogos do campeonato, sofreu apenas dois golos e ganhou todos os duelos. Depois, o corpulento central (193 cm, 92 kg) lesionou-se no jogo contra o Sporting e a mudança já era evidente. O Arsenal perdeu a vantagem de 1-0 e foi eliminado da competição depois de perder 1-2 no prolongamento.

Desde então, não só o Arsenal não conseguiu manter a baliza a zero, como o número de golos marcados tem vindo a aumentar de jogo para jogo. Em cinco jogos do campeonato sem Saliba, o Arsenal sofreu nove golos! Os últimos três jogos foram apenas empates, três pontos em nove possíveis, e o maior jejum de vitórias no campeonato desde o início da época... Antes da lesão, Saliba não perdeu um minuto na Premier League, pelo que podemos comparar objectivamente. Com ele em campo, a equipa de Arteta sofreu uma média de 0,9 golos por jogo, sem ele o dobro (1,8). Há também uma grande queda no número de pontos por jogo (2,4 com ele contra 1,8 sem ele) e a taxa de sucesso de 77,8% caiu para apenas 40%.

Os últimos resultados do Arsenal
Os últimos resultados do ArsenalFlashscore

As mudanças na defesa culminaram em três golos sofridos no último jogo em casa contra o Southampton, na sexta-feira. Algo que simplesmente não pode acontecer ao líder da liga mais prestigiada do mundo. "Temos de nos olhar ao espelho, deixámos entrar três golos muito baratos. Quando se deixa isso acontecer, é extremamente difícil ganhar numa competição tão dura. Não se pode cometer erros destes a este nível", disse o treinador Mikel Arteta.

Mas os especialistas dizem que ele tem de se olhar no espelho primeiro. Por exemplo, Paul Merson, a lenda do Arsenal e antigo pilar do clube, que ajudou a conquistar dois títulos no final dos anos 80 e início dos anos 90, criticou o treinador pela composição do meio-campo que enviou para o duelo com o Southampton. O especialista da Sky Sports TV escreveu: "O facto de Fábio Vieira ter entrado no lugar de Jorginho é inacreditável. Afinal, Jorginho foi contratado pela direcção para trazer calma ao meio-campo nos grandes jogos. Não me parece que o jogo com o Southampton tenha sido um jogo já ganho. Foi um grande erro manter o Jorginho entre os suplentes".

Fábio Vieira estava a arder no lado esquerdo do meio-campo e Arteta preferiu retirá-lo de campo ao fim de uma hora de jogo. Saliba, afinal, não é a única pedra que ficou de fora do onze provado. O suíço Granit Xhaka adoeceu antes do último jogo e Vieira ocupou o seu lugar habitual.

O empate colocou o Arsenal sob uma pressão ainda maior do que aquela a que já estava sujeito, já que a vantagem está agora do lado do Manchester City. Se vencer na quarta-feira, ficará a apenas dois pontos do rival, com dois jogos a menos. Arteta espera que, pelo menos, Xhaka regresse do banco. Quanto a Saliba, de acordo com as últimas notícias, a lesão nas costas revelou-se mais grave e é possível que o francês esteja fora de ação resto da época. Dizem que ele não se importa de começar com analgésicos, mas os médicos ameaçaram que, se o fizesse, poderia causar danos permanentes.

No entanto, o talentoso central era suposto ser a principal arma do Arsenal para travar um goleador norueguês chamado Erling Haaland. "Sem ele, a esperança de que alguém no plantel dos Gunners se equipare a Haaland em velocidade ou força caiu por terra. Por isso, a equipa terá de tentar forçar o seu jogo e utilizar os defesas do City em vez de pensar na sua defesa e em Haaland", escreveu o antigo grande avançado Wayne Rooney na sua coluna no The Times.

Conselhos vagos, consolações escassas... As perspectivas do Arsenal para o jogo de quarta-feira e para o título não parecem muito animadoras...