O médio português do Fulham admitiu que, apesar do grau de dificuldade ter aumentado com a mudança para a Premier League, não sente mais pressão por jogar nos Cottagers do que sentia em Portugal, ao serviço do Sporting.
"Tive oportunidade de jogar num clube grande em Portugal e quando me perguntam digo que a pressão é bem maior no Sporting do que no Fulham. Sinto-me igualmente motivado por estar a disputar a melhor liga do Mundo, mas não mais pressionado. Felizmente, aqui também tenho todas as condições para continuar a evoluir. Estou muito feliz por estar aqui", afirmou.
"Quando decidi abraçar este projeto sabia para onde vinha. Já sabia que iria lutar por objetivos diferentes dos que tinha no Sporting, mas isso também foi o desafio que eu quis encarar e predispus-me a avançar por esse caminho desde o início. As coisas têm corrido bem e, apesar do Fulham ter objetivos diferentes dos do Sporting, eu já estava preparado para isso", acrescentou.
A transferência que não aconteceu
Na mesma entrevista, João Palhinha admitiu que o facto de ter visto a transferência para o Bayern Munique frustrada pesou mentalmente, apesar de não se ter sentido dentro das quatro linhas.
"Trata-se de uma história do passado, mas obviamente vai marcar a minha carreira. Esse episódio na altura foi um murro no estômago, mas a vida seguiu em frente e resta-me trabalhar para que um dia tenha uma oportunidade semelhante à que tive nessa altura. Sabemos que muitas vezes o comboio não passa duas vezes. Mas enfim, não me quero focar nisso. Se não aconteceu é porque não tinha de acontecer... infelizmente. Mas estou cá para trabalhar, dar o máximo e continuar a crescer como jogador. Quando ao resto, já me transcende, não podia fazer mais do que fiz", lamenta.
"Foi um período bastante desgastante da minha vida. Mas faz parte do passado", admite.
Ainda assim, o médio defensivo nega que a renovação contratual com o Fulham tenha sido motivada por essa situação.
"Já estava agendada desde a pré-temporada que fizemos nos Estados Unidos. Na altura, tinha recebido uma excelente proposta do West Ham e tive uma conversa com o dono do Fulham, que se comprometeu a renovar o meu contrato. Eu encarei a situação como um voto de confiança. Nunca esperei que entretanto na fase final do mercado o Bayern aparecesse. Foi três dias antes de fechar", explica.
Salto para Amorim e Gyokeres
Por fim, o Sporting. O médio, que terminou a formação em Alcochete, continua atento ao que se passa em Alvalade e deixou rasgados elogios a Rúben Amorim e a Viktor Gyokeres, acreditando que ambos vão dar o salto em breve.
"O Rúben é um treinador com muita qualidade, um dos melhores de Portugal, tem feito um excelente trabalho desde o SC Braga. Tem um conhecimento profundo do jogo e tem uma relação de proximidade com os jogadores. Da maneira como está a crescer, não ficará em Portugal muito mais tempo. Não será por falta de oportunidades que ele não sairá de Portugal. Ele sonha e ambiciona ganhar mais um título pelo Sporting e depois o futuro estará nas suas mãos", disse.
"Quando se treina um grande clube português, temos a pressão dos adeptos e da dimensão do próprio clube, que nos obriga a ganhar. Quando se treinar o Liverpool, temos a pressão dos adeptos, do clube, e do mundo inteiro. Da maneira como está a crescer penso que será uma questão de tempo", atirou.
Quanto ao avançado sueco, Palhinha revela-se até surpreendido pelo facto de o avançado de 25 anos não ter saído do Championship diretamente para a Premier League.
"Acho que estavam um bocadinho a dormir, para ser sincero. Já comentei com pessoas próximas que não percebo como é que um jogador da qualidade do Gyokeres e com o poder físico que tem, acho encaixaria bem em qualquer equipa de Inglaterra, como é que sai para a Liga Portugal, apesar de ter ido para o Sporting, que é um grande clube e tem mérito na sua contratação. O Sporting conseguiu contratá-lo e ainda bem porque tem sido uma mais-valia em todos os jogos. O rendimento dele tem sido muito alto no campeonato português e certamente o Sporting vai ganhar muito dinheirinho com ele", concluiu.
