Regressou à "Pequena Roma", onde teve um dos períodos de maior sucesso da sua carreira até agora, depois de uma passagem sem sucesso pelo Slavia Praga. Foi para lá que rumou em 2018. Do campeão da Eslováquia, o Trnava, saiu com um futuro brilhante mas depois de várias experiências com um papel secundário, optou por regressar ao sítio onde tudo começou - ao Spartak. O Flashscore falou com Martin Vantruba sobre todas estas experiências de carreira.

- O título com o Trnava era suposto ser uma espécie de trampolim os grandes palcos, mas não deu certo. O que não funcionou no Slavia Praga?

- Tinha feito uma época muito boa. Nunca imaginei que teria uma oportunidade quando ganhámos o título e que seria uma figura central em tudo isto. A transferência para o Slavia ocorreu durante o inverno. Do ponto de vista financeiro, foi vantajoso, sobretudo para o clube. Porque é que não deu certo? Boa pergunta (risos). Digamos que tinha expectativas mais elevadas do que a realidade. Eu era jovem e, provavelmente, não estava preparado para um clube assim. Não correu de acordo com as minhas expectativas, nem com as deles.

- Em retrospetiva, como é que encara todo o período que passou no Slavia? 

- O Slavia é um grande clube. Vejo-o, naturalmente, como uma grande experiência. Uma excelente oportunidade para experimentar o futebol mundial. Por outro lado, uma lição de que não devo precipitar-me, mas sim pensar bem numa determinada jogada. Não me arrependo. Conheci muitas pessoas, fiz contactos, experimentei algo novo.

- O que é que foi fundamental, ou de certa forma decisivo, nesse período? 

- Aceitar o facto de existirem dois guarda-redes de qualidade e de eu não ter tantas oportunidades, como jovem que era. Não era do meu agrado. Foi por isso que decidi sair. Queria sobretudo manter-me com ritmo competitivo.

- Mudou várias vezes de clube. Arrepende-se de algum deles?

- No Podbrezova estávamos a lutar pela despromoção. O Pohronie era um recém-chegado à Liga. O ambiente era completamente diferente, claro, do que quando se desce. Senti-me bem em ambos os clubes. São clubes mais pequenos, mas com pessoas fantásticas. O futebol está a ser bem desenvolvido lá, para os padrões eslovacos. Não que me arrependa, mas o passo seguinte foi o Příbram. O Covid-19 também não ajudou, muita coisa mudou no clube.

- O Nordsjaelland, onde esteve um ano, também foi enriquecedor? 

- A Dinamarca foi ótima. Voltei a sentir o cheiro de um clube profissional, com condições ao mais alto nível. A vida lá era completamente diferente da nossa. Eu e a minha namorada gostámos muito de lá estar. O Nordsjaelland não exerceu a opção de compra sobre mim mas eles têm uma filosofia clara, por isso não foi uma surpresa. Eles aceitam jogadores da academia. Eu tinha 23 anos na altura e era um dos mais velhos do plantel (risos).

- Tentou novamente em Dunajská Streda, mas acabou por regressar a Trnava. A ligação entre Vantruba e Spartak Trnava parece funcionar na perfeição. Encontrou a paz necessária?

- Sempre me senti atraído por casa. Contava com o facto de poder voltar aqui um dia. As circunstâncias acabaram por fazer com que tudo fosse mais rápido. Depois de um período em que não estava a jogar, decidi regressar a Trnava. Além disso, muita coisa mudou no clube, mas continuo a conhecê-lo. Sinto-me bem aqui. É a minha casa. Somos um grande grupo no balneário e os resultados são um espelho do trabalho que temos desenvolvido.

- E a ligação entre Kamesch e Vantruba?

- Admito que o treinador de guarda-redes Pavol Kamesch foi também uma das razões pelas quais eu quis regressar ao Spartak. Estávamos em contacto, ele tinha-me na seleção nacional. Conhecemo-nos muito bem. Foi ele quem primeiro me abordou com a possibilidade de regressar. Ele sabia no que se estava a meter. Continuou a ver potencial e qualidade em mim, mesmo que eu não estivesse a jogar regularmente. Estou grato pela sua confiança.

- Ajudou o Trnava a conquistar o terceiro lugar e a defender a Taça. Depois do título de campeão, esta é a sua segunda maior conquista? 

- Provavelmente não o classificaria dessa forma, o sucesso menor e o maior. São dois marcos na minha carreira, grandes conquistas. Ganhar um título ou uma taça é algo de extraordinário para um jogador formado em casa. Acho que é um grande resultado para toda a gente do clube.

- Como avalia a época passada, em que voltou a jogar? 

- O Domino Takac estava na baliza no início, os jogos foram emocionantes. Além disso, tive a minha primeira oportunidade nas Taças Europeias com equipas das ligas inferiores. Tentei estar sempre pronto, estava à espera de uma oportunidade que podia surgir a qualquer momento. É assim no futebol, quer se seja o número dois ou o número três... É preciso estar atento e entrar no jogo a qualquer momento. Jogámos desde os quartos de final até à final da Taça e lutámos para confirmar o terceiro lugar no campeonato. Estou contente com o que aconteceu. Quando olho para trás, quando estava no banco, e ver agora que fiz quinze jogos, com uma vitória na Taça e um terceiro lugar... é excelente. Espero que possamos dar continuidade a este sucesso na próxima temporada.