Armando Evangelista sobre a saída do Goiás: "Aceito troca de ideias, mas imposições não"

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Armando Evangelista sobre a saída do Goiás: "Aceito troca de ideias, mas imposições não"

Armando Evangelista despedido no dia 14 de novembro
Armando Evangelista despedido no dia 14 de novembroTwitter/Goiás
Duas semanas após ter sido confirmada a sua saída do comando técnico do Goiás, Armando Evangelista explicou os motivos que conduziram à separação entre as partes.

O treinador português, que conduziu o Arouca até às competições europeias, revelou ter ficado surpreendido com a decisão da direção do Goiás em prescindir dos seus serviços, numa altura em que já estava a planear alguns pontos para o futuro do clube.

"Não guardo rancor ou mágoa de nada, nem de ninguém. Temos as coisas bem resolvidas em relação ao caminho que queremos seguir. Desejo o melhor para o Goiás", começou por dizer Evangelista, em declarações à Rádio Bandeirantes, antes de explicar o processo até à sua saída.

"Quando somos contratados para desempenhar determinado papel dentro de um clube, é porque quem contrata acredita naquilo que fazemos. Se nos contratam, é para tomarmos decisões e sair da nossa cabeça aquilo que pretendemos para a equipa. É importante que haja conversa, troca de opiniões ou pontos de vista divergentes. Mas é óbvio que a última decisão tem que ser sempre minha. Eu é que defino a estratégia e o modelo de jogo. Depois há jogadores que encaixam e outros não. Aceito a troca de ideias de bom grado, mas imposições não. Quem se quer impor, tem que se assumir e ir para a frente da equipa. Se sou eu que dou a cara, as decisões têm de sair da minha cabeça. Nem sempre de acordo com algumas pessoas, mas tudo o que foi feito foi feito com as minhas convicções. Estou de consciência tranquila", justificou.

Goiás com contas da manutenção muito complicadas
Goiás com contas da manutenção muito complicadasFlashscore

"O principal obstáculo foi o timing da nossa entrada. Entrámos com o campeonato em andamento, não tivemos a possibilidade de poder escolher o plantel. No mercado de agosto tentou-se ajustar, de alguma forma, e colocar a equipa o mais competitiva possível, com alguma profundidade. A verdade é que, mesmo em termos de contratações, houve divergências. Não conseguimos contratar aquilo que pretendíamos e aquilo que nos fez acreditar nesse projeto quando fomos para o Goiás. Esse foi um dos primeiros obstáculos que encontrámos. Depois, era necessário profissionalizar o clube, criando alguns departamentos, como o scouting. O Goiás, se não tem capacidade para contratar jogadores feitos e de valia, tem que ser o primeiro a chegar àqueles que estão a despontar. Era algo que estava nos nossos planos construir dentro do Goiás. É um trabalho que leva tempo", prosseguiu.

Questionado se foi apanhado de surpresa com a decisão, Armando Evangelista foi taxativo: "Estava convencido que toda a gente tinha percebido qual era o projeto, qual era a ideia, mesmo em termos de direção. Inclusivamente já tinha tido abordagens para poder continuar, para renovar o meu contrato e tudo levava a crer que queriam a minha continuidade. Por isso, não deixou de ser uma surpresa. O trabalho estava à vista e o que se pretendia para o futuro do Goiás estava encaminhado".

Os últimos resultados do Goiás
Os últimos resultados do GoiásFlashscore

Sobre o futuro, o treinador português revelou que tem recebido algumas abordagens e não escondeu o desejo de voltar ao Brasil.

"Têm existido algumas abordagens. Por uma questão de respeito, não vou dizer de onde são. Essas abordagens necessitam de análise, para saber qual o melhor passo. Agora, uma coisa é certa, penso voltar ao Brasil, porque a Serie A é qualquer coisa de fantástico. Há muita qualidade e não há nada que me dê mais gosto do que poder potenciar jogadores", rematou.