Por ocasião do 10.º aniversário da eleição do Papa Francisco, o Centro de Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Gregoriana, organizou um ciclo de conferências.
José Mourinho, treinador português da Roma, foi um dos convidados, tendo estado à conversa com o cardeal José Tolentino de Mendonça.
"Infelizmente o meu desporto está diferente do desporto que queremos para as nossas crianças. O desporto de alta performance é crual. Não há espaço para jogadores fracos, o objetivo é muito claro: para nós, profissionais, o único o objetivo é ganhar", afirmou José Mourinho.
"Os primeiros a levar as crianças para a crueldade do desporto de alto nível são os pais, com as suas ambições. O lado bom do futebol? O treino, a empatia, a solidariedade, a procura da facilidade de ganhar e aprendizagem de, nos momentos da derrota, saber que não é o início de um período difícil mas o fim de um momento complicado", acrescentou o treinador da Roma.
José Mourinho, claro está, não passou ao lado do Papa Francisco e do atual estado de saúde do Sumo Pontífice.
"Não quero dizer nenhuma heresia ou algo que possam considerar uma falta de respeito. Até tenho medo de o dizer mas eu uso uma expressão do futebol sobre o Papa Francisco. Para mim, ele é um dos nós", disse o técnico português.
"Talvez não percebam o que eu quero dizer, mas eu vejo-o como um de nós. Talvez eu esteja a dizer algo horrível, mas eu vou muitas vezes com os meus amigos dar um passeio à Praça de São Pedro e talvez ache que ele está a olhar pela janela e a cumprimentar-nos. Nunca o conheci pessoalmente mas se um dia puder fazê-lo a minha reação vai ser dar-lhe um abraço. Sinto-o como muito próximo e normal, ele é um de nós. Até a forma como fala, ele fá-lo daquela forma para que todos o percebam perfeitamente e a mensagem dele passe para todos. Ele é um de nós, um homem fantástico", explicou José Mourinho.