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Todos os olhos estarão postos no United contra a equipa do Championship, pelo que a pressão estará do lado do clube para garantir que não será vítima de uma surpresa.
A equipa de Erik ten Hag vai a Wembley em má forma, o que aumenta a importância da partida, uma vez que a perspetiva de jogar na Liga dos Campeões na próxima época está cada vez mais distante.
Desde o triunfo sobre o Liverpool no prolongamento dos quartos de final, no mês passado, o United não tem conseguido vencer na Premier League e chega a Wembley sem ganhar nos últimos quatro jogos.
Isso, por sua vez, tira o fardo sobre o Coventry, que está a aproveitar a ocasião sob o comando do técnico e ex-jogador do United, Mark Robins.
A carreira de Robins começou com os Red Devils e destaca-se pelo golo que marcou na terceira ronda da Taça de Inglaterra de 1990 contra o Nottingham Forest, que muitos afirmam ter salvado Sir Alex Ferguson do despedimento.
O treinador de 54 anos afastou todas as críticas à sua antiga equipa na véspera do jogo de domingo, rotulando o United de "o maior clube do mundo" e sublinhando os danos que poderia causar ao Coventry, mas o inverso também pode ser dito, apesar da diferença entre as duas equipas.
Grandes espaços
Muito já foi dito sobre o estilo de jogo caótico do United, que não deixa de fazer golos, mas que tem mostrado debilidades defensivas.
A abordagem quase excessivamente cuidada tem deixado muitas vezes grandes espaços entre a linha avançada e o meio-campo, o que tem sido um convite à transição para os adversários.
Esse convite tem sido aceite por muitas equipas nos últimos tempos, que têm criado várias situações de finalização frente ao Manchester United, e isso é algo que dará algum alento ao Coventry.
O United sofreu 575 remates na Premier League esta época, apresentando-se ao mesmo nível que o Sheffield United, que está na zona de despromoção, enquanto o Luton é o pior, com 580 remates sofridos.
É improvável que os homens de Ten Hag se desviem muito da sua abordagem rápida em Wembley, uma vez que vão querer dominar o Coventry, mas ainda assim precisam de estar cientes dos riscos que daí advêm.
É pouco provável que os Sky Blues sejam tímidos na sua estratégia, com Robins a desafiar a sua equipa a jogar sem medo na capital inglesa. De resto, foi exatamente isso que fez com que chegassem a este ponto, ao responderem a uma desvantagem contra o Wolves para conseguirem o apuramento para a meia-final.
As ameaças do Coventry
O Coventry tem uma mão cheia de nomes que podem ameaçar o United, com Ben Sheaf a ser o jogador que os colegas vão procurar para conduzir o jogo no meio-campo.
Se os espaços no relvado de Wembley surgirem, o jogador formado na academia do Arsenal será a pessoa indicada para pegar nas peças e dar o pontapé de saída para o ataque, encontrando os avançados Haji Wright e Milan van Ewijk, que têm a capacidade de criar dificuldades a partir dos corredores laterais.
O americano Wright tem 15 golos no Championship esta época e marcou o golo da vitória do Coventry contra o Wolves, enquanto o lateral-direito Van Ewijk tem sido frequentemente utilizado mais à frente.
Tudo isto antes de Ellis Simms ser mencionado, com o antigo jogador do Everton a ser o ponto fulcral do sistema do Coventry. O jogador de 23 anos tem sido um dos avançados mais prolíficos do futebol inglês em 2024, marcando 15 golos desde o início do ano, incluindo dois frente ao Wolves.
Simms lutou para se tornar conhecido durante o seu tempo na Premier League com o Everton e a perspetiva de testar a sua coragem contra o United, 12 vezes vencedor da FA Cup, será sem dúvida uma grande motivação. O facto de Simms ser um adepto de infância do Manchester City vai aumentar ainda mais a emoção da ocasião.