“Foi um dia muito especial porque a Patrícia Sampaio, além de ter conseguido a primeira medalha de Portugal em Paris2024 e de ter dado seguimento à consistência do judo nas últimas três olimpíadas, foi uma das minhas apostas, em 2015, para vir para Lisboa, ainda menor de idade, preparar-se para um momento como este”, lembrou o antigo judoca, medalha de bronze em Sydney2000, em declarações à agência Lusa.
Após a medalha conquistada pelo, então, judoca do Sport Algés e Dafundo, a modalidade atravessou “um período difícil até 2016”, mas está, agora, “de parabéns” pelos resultados conseguidos nos últimos três Jogos Olímpicos, com as medalhas de Telma Monteiro (Rio-2016, -57 kg), Jorge Fonseca (Tóquio-2020, -100 kg) e Patrícia Sampaio (Paris-2024, -78 kg).
“Felizmente, conseguimos encontrar a fórmula e para Portugal é muito importante ter uma modalidade que, tal como o atletismo, consiga trazer medalhas com esta consistência. É muito importante para o desenvolvimento do desporto nacional e o judo está de parabéns”, vincou o medalhado olímpico português.
Por isso, e apesar de Rochele Nunes ainda não ter terminado a prova, Delgado disse à agência Lusa que a participação do judo nacional em Paris-2024 já é “muito positiva”, tendo em conta “o contexto atual”.
Lembrou que “este ciclo olímpico não foi normal”, uma vez que Tóquio-2020 se realizou apenas em 2021, deixando “apenas três anos de preparação” e, para o judo em particular, “um calendário muito difícil” em que os Campeonatos da Europa, do Mundo e os Jogos Olímpicos se concentraram “em menos de três meses”.
“Isso condicionou as seleções mais pequenas, como a nossa. Notei que os judocas portugueses estavam um pouco sobrecarregados do excesso de exigência deste período. Há muita gente que não está a conseguir provar a sua superioridade porque há um excesso de carga competitiva”, analisou.
A judoca Patrícia Sampaio conquistou na quinta-feira o bronze em -78 kg em Paris-2024, ao bater a japonesa Rika Takayama por duplo waza-ari, alcançando a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira na presente edição dos Jogos.
Patrícia Sampaio (13.ª) venceu no combate decisivo, o seu quinto na Arena Champ-de-Mars, a nipónica Takayama, nona do mundo e sétima favorita entre as 22 judocas inscritas na categoria, com um segundo waza-ari, resultando em ippon, obtido a 01.02 minutos do final.
O bronze de Sampaio foi o quarto do judo português em Jogos Olímpicos, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney2000, -81 kg), Telma Monteiro (Rio2016, -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, -100 kg).