Nem todos os olhos estarão necessariamente postos em Max Verstappen e na Red Bull este fim de semana. Com o regresso da Fórmula 1 e o lançamento da temporada de 2024, Lewis Hamilton prepara-se para passar o seu último ano com a Mercedes. Esta é a sua oportunidade de regressar à ribalta e terminar em grande, depois de vários anos à margem.
A última oportunidade de Sir Lewis
"Sinto que é a decisão mais difícil que alguma vez tive de tomar. Estive ligado à Mercedes durante 26 anos. Eles apoiaram-me e tivemos uma aventura incrível juntos, que marcou a história do desporto e da qual estou muito orgulhoso. Mas, no final do dia, sou eu que escrevo a minha própria história e senti que era altura de abrir um novo capítulo", disse Lewis Hamilton numa conferência de imprensa no Bahrain, na semana passada.
É uma hipótese que provavelmente seria impensável há apenas algumas semanas, mas o número 44 da Mercedes vai estar a viver a sua última época como piloto da Mercedes. E esta é certamente uma das principais atrações dos próximos meses. A ideia, tanto para o principal interessado como para todos os observadores, é vê-lo triunfar novamente no final de um Grande Prémio.
Em 2023, conseguiu ter um desempenho muito bom, apesar de não ter vencido. De facto, terminar em 3.º no campeonato do mundo é um feito muito bom quando se considera que o seu monolugar estava longe de ser a segunda força nas pistas. Com as suas seis subidas ao pódio, Hamilton não ficou muito longe do primeiro degrau.
No que diz respeito a 2024, o britânico garantiu que vai dar tudo para terminar da melhor maneira possível, já que o seu capítulo com a equipa alemã "ainda não acabou".
"Continuo 100% concentrado em dar resultados a esta equipa este ano e em tentar terminar com uma nota alta", acrescentou, mesmo que poucos pudessem duvidar disso. A partir deste fim de semana, no Bahrain, o desempenho do seu W15 será analisado de perto, especialmente porque terá, sem dúvida, de enfrentar um George Russell cada vez mais ambicioso.
O seu jovem companheiro de equipa, sabendo que é provável que venha a assumir o papel de nº 1 em 2025, vai querer melhorar o seu desempenho desde o início.
"Ainda temos alguns problemas que precisamos de resolver e o carro não é perfeito. Mas é um ponto de partida melhor do que nos últimos dois anos, por isso estamos relativamente satisfeitos nesse aspeto. Ainda não estamos onde queremos estar e podemos não ser capazes de competir com os outros pilotos da frente, mas vamos trabalhar para isso", disse o britânico numa conferência de imprensa na quarta-feira.
Um W15 encorajador?
O objetivo da Mercedes é muito claro. A equipa alemã quer chegar ao topo e, para isso, abandonou completamente a sua filosofia a favor de um conceito mais próximo do da Red Bull. Com um novo chassis e um novo começo, a Mercedes está a embarcar numa nova estrada e espera que esse caminho seja mais próspero do que os dias medíocres vividos com o W13 e o W14.
O cockpit do ano 2024 já não estará tão distante, o que favorecerá o conforto de Lewis Hamilton. Durante os testes de inverno, o sete vezes campeão do mundo já se familiarizou com o carro e até completou algumas sessões bastante satisfatórias, marcadas por uma maior estabilidade.
"Trabalhámos neste ponto para criar um carro que seja tranquilizador para os pilotos. Na entrada da curva, quando se trava a fundo e se vira, a traseira tem de ser sólida como uma rocha. Depois, à medida que nos aproximamos da linha, o carro tem de ser cada vez mais ágil e disposto a virar", explicou o Diretor Técnico da Mercedes, James Allison.
"Também procurámos reduzir a resistência e melhorar o desempenho em curva", acrescentou.
Com, entre outras coisas, um novo túnel de vento e uma asa dianteira especialmente concebida que apenas mantém o ar limpo nos túneis sob o piso plano, o W15 também deve ter um melhor desempenho. A suspensão traseira também foi alterada para melhorar o fluxo de ar. Em última análise, isto deverá dar mais velocidade aos pilotos.
Uma nova configuração aprovada por Toto Wolff.
"O nosso principal objetivo para 2024 era claro: criar uma plataforma estável. Um carro que reagisse como esperávamos. Um carro que os pilotos pudessem empurrar de forma consistente e um carro que pudéssemos desenvolver ao longo do ano, sabendo que iríamos realmente melhorar o desempenho do carro na pista", explicou após os testes de inverno da semana passada.
Este progresso será visível este fim de semana em Manama (Bahrain). Positivo, o Diretor de Equipa da Mercedes garantiu que as equipas estavam operacionais. Tudo o que resta agora é ver como é que o W15 se comporta face aos seus rivais na qualificação e na corrida.