Mundial de Ralicrosse em Montalegre representa mais de 1 milhão de euros de retorno económico

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Mundial de Ralicrosse em Montalegre representa mais de 1 milhão de euros de retorno económico
Mundial de Ralicrosse em Montalegre representa mais de 1 milhão de euros de retorno económico
Mundial de Ralicrosse em Montalegre representa mais de 1 milhão de euros de retorno económicoProfimedia
Montalegre regressa à posição de primeira prova do Mundial de Ralicrosse, nos dias 3 e 4 de junho, com lotação esgotada nos alojamentos do concelho e um retorno económico direto avaliado em mais de um milhão de euros.

A uma semana do arranque da etapa portuguesa, enquanto o circuito localizado no sopé da serra do Larouco é palco do teste oficial de pré-temporada, as ruas da vila de Montalegre, habitualmente despidas de transeuntes e plenas de silêncio, dão as boas-vindas à azáfama e aos primeiros amantes da modalidade.

As estadias ficaram garantidas há já largos meses para regozijo dos empresários de hotelaria e restauração que, por estes dias, não têm mãos a medir.

Para nós, isto é extremamente importante porque ajuda a alavancar ligeiramente os nossos preços médios, dentro daquilo que é razoável. Montalegre tem pouca oferta e não tem muitas épocas altas, que acabam por acontecer quando há eventos como o ralicrosse”, vincou Paulo Gonçalves, proprietário de um alojamento local e de um restaurante na vila transmontana.

Apesar de já não ter quartos disponíveis “desde o anúncio das datas do Mundial”, o empresário disse à agência Lusa que continua a receber contactos de hóspedes que procuram estadia para o fim de semana da prova.

Quase todos os dias recebo chamadas a pedir alojamento, de portugueses e não portugueses. Neste momento, chegam a pedir para arranjarmos quartos em casas particulares. É uma procura fora do normal”, reiterou.

Catarina Figueiredo partilha da mesma opinião, vendo no desporto motorizado um importante ativo para a economia deste concelho do distrito de Vila Real.

Sempre que há este tipo de eventos, sobretudo aos fins de semana, naturalmente há um impacto muito grande quer para nós, quer para a economia local. Estamos esgotados há já vários meses”, afirmou a responsável de uma unidade hoteleira na localidade de Venda Nova.

Também em Vilar de Perdizes, para Domingos Barros, o automobilismo é sinónimo de lotação esgotada desde 2013.

No caso do Mundial de Ralicrosse, o proprietário de um alojamento na aldeia do afamado padre Fontes acolhe os mesmos hóspedes há já alguns anos.

O desporto tem sido importante para nós. Nesta altura, embora seja pequena, a nossa casa de campo, a única aqui na aldeia, é reservada pela mesma família, em que um (dos elementos da mesma) é concorrente na prova”, revelou.

Fátima Fernandes, presidente do município de Montalegre, explicou à agência Lusa que esta mobilização da família dos pilotos tem sido cada vez mais comum, em boa parte motivada pelas singularidades do território e das suas gentes.

Aquilo que temos verificado é que, a acompanhar as equipas, cada vez mais vem a própria família, porque quer conhecer, quer experimentar, porque quer provar os nossos produtos. Digamos que já são pessoas quase da casa, porque já nos conhecem bem ao longo destes anos”, enalteceu a autarca.

Num concelho predominantemente rural, com cerca de 9.300 habitantes, de acordo com os últimos censos, acolher uma competição desta envergadura “é uma mais-valia”.

Esta prova põe os olhos de todo o mundo no nosso território. Além do retorno imediato com o alojamento todo esgotado, a par do negócio que se faz nos supermercados, cafés e restaurantes, essencialmente é uma oportunidade única para dar a conhecer Montalegre por todo o país e por esse mundo fora”, vincou.

De acordo com a autarca, o retorno económico da prova supera largamente o investimento de mais de 500 mil euros.

Em termos diretos, só no fim de semana da prova fica no concelho mais de um milhão de euros. De forma indireta, pela transmissão televisiva e por toda a divulgação que daí advém, é um valor muito mais significativo”, adiantou.

Ao mesmo tempo, Fátima Fernandes defendeu que o Campeonato do Mundo de Ralicrosse “é bom para todo o Norte” do país.

Montalegre tem uma perspetiva de articulação, de que é preciso congregar esforços e rentabilizar os recursos. Daí decorre, por exemplo, o facto de termos pedido à Câmara Municipal de (Vila Nova de) Gaia para realizar a apresentação (oficial da prova) naquele cenário magnífico do Douro, exatamente para chamar à atenção para esta parte do país que é tão importante, para este Norte onde estamos inseridos”, concluiu.

A prova inaugural do Mundial de Ralicrosse está agendada para os dias 3 e 4 de junho. A par do Campeonato do Mundo, a ronda lusa volta a incluir os Europeus de RX1 (Supercars) e RX3 (Super1600), e o kartcrosse como prova de suporte.

A organização, a cargo do município de Montalegre e do Clube Automóvel de Vila Real, espera acolher 20 mil espetadores portugueses e espanhóis, numa altura em que a pista barrosã celebra 25 anos.