Em litígio com o Benfica e com problemas físicos, o campeão olímpico do triplo salto não compete desde 05 de maio de 2023 e ainda não tem mínimos para os Jogos Olímpicos, mas está inscrito para a primeira etapa da Liga de Diamante, em Xiamen, na China.
“Esta foi uma boa notícia que obtivemos, mas um pouco na sequência daquilo que foi referido também pelo Presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, que disse que, assim que o Pedro Pichardo esteja em condições físicas e técnicas para poder participar nos Jogos Olímpicos - e isto, naturalmente, exige a respetiva qualificação -, não haveria problema e que não existiriam obstáculos”, referiu Pedro Roque, em entrevista à agência Lusa.
O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira, tinha garantido, em declarações à Lusa, que não existiriam problemas com a inscrição de Pichardo, apesar do litígio com o Benfica, clube com o qual tem contrato até 2026.
A 100 dias dos Jogos Olímpicos Paris 2024, que se assinalam na quarta-feira, o diretor desportivo do COP assegurou que os responsáveis olímpicos lusos ficaram “muito mais descansados em relação a essa matéria”, mesmo que o atual campeão olímpico do triplo salto ainda não tenha mínimos para o evento.
A recuperar de problemas físicos estão “três nomes de peso” do desporto português, “três mulheres de altíssimo nível”, a judoca Telma Monteiro, bronze no Rio2016, e as atletas Auriol Dongmo, quarta em Tóquio 2020, e Patrícia Mamona, prata do triplo salto no Japão.
“A informação que temos é que todas elas estão a melhorar das suas questões clínicas iniciais, todas elas estão a apontar para poder participar nos Jogos Olímpicos. E, agora, vamos ver, porque agora vamos entrar na fase decisiva”, referiu.
Pedro Roque recordou que Telma Monteiro, que se lesionou no ligamento de um joelho nos Europeus em novembro, está convocada para os campeonatos continentais de final de abril, esperando para ver “se já será possível competir”.
“Ela está numa situação de qualificação também delicada, porque os pontos que ela tem neste momento podem não chegar para a sua qualificação olímpica. Esperemos que isso seja possível também. Pelas notícias que temos, a Telma está a fazer uma evolução fantástica e agora falta esta fase final, mas falta muito pouco tempo”, notou.
Telma Monteiro perdeu recentemente a vaga direta no apuramento para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, mas consegue, para já, manter-se em zona elegível devido à “realocação de quota”.
Com problemas nos joelhos que se arrastam há quase um ano, desde os Europeus de pista coberta, em março de 2023, nos quais conquistou a medalha de bronze, Patrícia Mamona também ainda não conseguiu mínimos.
“No caso da Patrícia, tem sido também um processo longo, que ela também já não competiu quase durante toda a época anterior. Uma época bem difícil para a Patrícia”, disse Pedro Roque.
Destas três atletas, apenas Auriol Dongmo já tem mínimos para Paris 2024, mas sofreu uma fratura numa perna durante um treino e não compete desde meados de setembro de 2023.
“No caso da Auriol Dongmo, foi uma lesão com alguma gravidade, mas ela está a recuperar bem e estão a voltar as boas sensações e aquela vontade e aquela crença de poder ultrapassar a situação”, contou.
Roque lembrou, contudo, que “estas três atletas já demonstraram ser grandes guerreiras”.
“Quando nós estamos a falar de situações limite, em que o tempo é curto e em que é preciso um enorme compromisso e é preciso também alguma experiência para podermos ultrapassar este tipo de situações, estes são três nomes que nos dão todas as garantias. E seguramente que não vai ser por falta desses atributos que elas não vão estar presentes em Paris”, afiançou.
Os Jogos Olímpicos Paris 2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.