Joe Schmidt é o terceiro não australiano a treinar os Wallabies, depois dos neozelandeses Dave Rennie, que foi demitido para dar lugar a Jones, e Robbie Deans, que esteve no comando de 2008 até ao final da digressão dos Leões de 2013.

O treinador de 58 anos vai agora enfrentar Andy Farrell, o homem que o substituiu como treinador da Irlanda em 2009, quando os Leões regressarem no próximo ano sob a direção do inglês.

Jones regressou com grande alarido em janeiro do ano passado, mas os Wallabies venceram apenas dois dos nove testes realizados na sua segunda passagem como treinador da Austrália, e os bicampeões mundiais caíram na fase de grupos do Campeonato do Mundo pela primeira vez.

Schmidt disse que partilhava o desejo do Rugby Australia de reavivar os Wallabies após nove anos de vacas magras, especialmente com a digressão dos Leões a ser seguida pelo Campeonato do Mundo de 2027 em casa.

"Estou desesperado para que os Wallabies sejam competitivos e, se puder ajudar, estou aqui, é por isso que estou aqui. Penso que a família do râguebi mundial está desesperada para que os Wallabies estejam onde têm de estar", disse aos jornalistas em Sidney.

"Também acho que é uma reconstrução que levará um pouco de tempo. Sou provavelmente um pragmático, não posso prometer mais nada a não ser que vou trabalhar arduamente para tentar que seja o mais bem sucedido possível", acrescentou.

Joe Schmidt construiu a sua reputação de treinador na província irlandesa de Leinster e solidificou-a em seis anos como treinador da Irlanda, de 2013 a 2019.

Levou a Irlanda a três títulos das Seis Nações, incluindo o Grand Slam de 2018, e a uma vitória inédita sobre os All Blacks e a um triunfo no primeiro teste contra os Springboks na África do Sul.

Schmidt juntou-se à equipa técnica de Ian Foster nos All Blacks em 2022 e foi amplamente creditado com a reviravolta nas suas fortunas na preparação para o Campeonato do Mundo do ano passado, onde chegaram à final.

Schmidt disse que os adeptos australianos de râguebi não devem interpretar como falta de empenho a duração da sua nomeação, num jogo em que os treinadores são normalmente contratados até ao próximo Campeonato do Mundo.

"Não se trata certamente de um 'bate e foge'", acrescentou.

"Acho que tanto para RA quanto para mim, é uma boa opção neste momento. Se chegarmos ao final da série British and Irish Lions... e a discussão... for que o melhor é eu ficar, então essa é uma ponte que atravessaremos", explicou.

A primeira tarefa de Schmidt será uma série de jogos em casa, em julho, contra o País de Gales, que goleou a Austrália por 40-6 no Campeonato do Mundo do ano passado, conduzindo os Wallabies à eliminação do torneio.

"Tentaremos obter algumas vitórias iniciais, e essas vitórias podem significar apenas um melhor desempenho, mesmo que não consigamos os resultados que desejamos", disse Schmidt.

"Mas também sou um treinador realista. Somos julgados pelos nossos resultados e vivemos ou morremos por eles", concluiu.