Răzvan Burleanu: "Ceferin ter-me-ia telefonado se tivesse alguma queixa"

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Răzvan Burleanu: "Ceferin ter-me-ia telefonado se tivesse alguma queixa"

Răzvan Burleanu, presidente da Federação Romena de Futebol
Răzvan Burleanu, presidente da Federação Romena de FutebolAgerpres
O presidente da Federação Romena de Futebol, Răzvan Burleanu, disse em conferência de imprensa, esta terça-feira, que se o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, tivesse alguma queixa contra ele, ter-lhe-ia ligado e voltou a frisar que não tem planos para se candidatar à liderança do organismo europeu em 2027.

A declaração de Burleanu surge no momento em que Aleksander Ceferin afirmou ao jornal The Guardian que um presidente de federação a quem chamou "palhaço" está a telefonar diariamente a outras federações nacionais e a vários meios de comunicação social, acusando-o de "uma conspiração" sobre certas alterações aos estatutos que lhe permitiriam continuar à frente da UEFA até 2031.

O presidente da FRF disse não acreditar que Aleksander Ceferin tenha falado dele, como refere outro jornal britânico, o The Independent.

"No que diz respeito aos meios de comunicação ocidentais, temos de ter muito cuidado com a fonte. Se olharmos para as publicações de alto nível, nenhuma delas falou sobre o assunto. Em suma, se o presidente da UEFA tivesse alguma queixa contra mim, ter-me-ia certamente telefonado. Por isso, não creio que se trate de mim. Mas eu próprio vou telefonar-lhe nos próximos dias para lhe dizer qual é a posição da Roménia no Congresso de Paris. Vou telefonar-lhe e comunicar-lhe a nossa posição assim que chegarmos a uma conclusão ao nível do Comité Executivo", afirmou Burleanu no final da reunião do Comité Executivo da FRF, esta terça-feira.

"Já deixei claro que não tenciono candidatar-me à presidência da UEFA em 2027.  Não devemos esquecer que a FRF foi a primeira federação da Europa de Leste a anunciar publicamente, em 2015, que votaria contra Blatter. Se fizéssemos uma ligação, isso significaria que, na altura, eu tinha algum interesse em tornar-me presidente da FIFA? Não, de todo. Mas é preciso que as pessoas de fora da Roménia compreendam que nós, romenos, aprendemos uma lição muito dura com a ditadura anterior a 1989. E nem a nossa geração, nem a geração dos nossos pais, ninguém quer voltar para lá", acrescentou.

O Presidente admitiu que tem algumas diferenças de opinião com Ceferin, mas que também partilha pontos de vista semelhantes sobre algumas questões.

"Para ser honesto, temos algumas diferenças de opinião. E dou apenas um exemplo, porque foi público - temos outras discussões na área privada, tanto ele como eu preferimos manter-nos nessa área - foi a questão da reintegração das equipas nacionais de juniores da Rússia. Na altura, tornei a nossa posição muito clara, uma posição que levou mesmo ao anúncio de um boicote. Portanto, houve momentos de discussões deste tipo e haverá certamente mais, mas ao mesmo tempo partilhamos pontos de vista semelhantes em muitas outras questões", disse.

Răzvan Burleanu não acredita que as diferenças que tem com o presidente da UEFA possam levar a arbitragens desfavoráveis para a seleção romena nos próximos tempos.

"Claro que haverá discussões, mas de forma alguma acredito numa espécie de interferência dos árbitros. Pensemos na altura desta divergência (relacionada com as selecções de juniores da Rússia), foi em setembro, e desde então já se viu algum impacto ao nível das seleções nacionais? Portanto, não temos de levar a discussão para esse domínio, porque não existe tal coisa. Tal como na Roménia, se um árbitro cometeu um erro foi porque o viu dessa forma, não que estejamos a voltar ao período de cooperação", acrescentou Burleanu.

A intenção do esloveno Aleksander Ceferin de alterar os estatutos da UEFA e candidatar-se a um terceiro mandato como presidente da UEFA foi trazida à baila este mês pelo antigo internacional croata Zvonimir Boban, que se demitiu do cargo de diretor de futebol, que ocupava desde 2021.

Numa carta enviada por Boban a vários órgãos de comunicação social, o croata justifica a sua saída da UEFA com divergências com Ceferin, dada a intenção deste último de submeter a votação no próximo Congresso, a 8 de fevereiro, em Paris, uma alteração aos estatutos que lhe permitiria candidatar-se a um novo mandato como presidente.

"Embora eu tenha manifestado a minha total desaprovação, o presidente da UEFA considera que não existem obstáculos legais às alterações que propõe, nem questões éticas ou morais, e quer avançar para promover as suas aspirações pessoais", afirmou Boban.

O antigo jogador do AC Milan, de 55 anos, recordou que, segundo os atuais estatutos da UEFA, este seria o último mandato de Ceferin, que foi eleito pela primeira vez em 2016 e reeleito para um terceiro mandato em abril de 2023, no congresso de Lisboa.

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