Apesar do calor que se fazia sentir na Praça do Comércio, em Lisboa, algumas centenas de pessoas juntaram-se no local, com vista para o rio Tejo, para uma coreografia que simulou o bater do coração pela Missão portuguesa, a 100 dias da cerimónia de abertura de Paris-2024.
Vestidos de verde e vermelho, com bonés a condizer, os voluntários que se juntaram no Terreiro do Paço ensaiaram durante alguns minutos, levando, por vezes, o coreógrafo ao desespero, quando as coisas pareciam não estar afinadas.
Já depois da banda da Guarda Nacional Republicana (GNR) ter tocado o icónico ‘We Are The Champions’, da banda inglesa Queen, e mesmo com alguns ‘reforços’ de última hora, como alguns turistas estrangeiros que acabaram por ser convocados, a coreografia foi efetuada com sucesso, tendo em conta os poucos minutos de ensaios.
A cerimónia arrancou com os discursos protocolares do secretário geral do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Araújo, que substituiu o presidente José Manuel Constantino, da embaixadora de França em Portugal, Hélène Farnaud-Defromont, e do novo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Pedro Dias.
A banda da GNR terminou a sua presença com o A Portuguesa, hino nacional cantado por quase todos os participantes, antes de os bonés serem atirados ao ar, ao mesmo tempo que se ouvia um “Boa sorte Portugal!”.
Na fila da frente destacava-se o médico António Gentil Martins, atleta olímpico no tiro em Roma1960, que, apesar dos seus 93 anos, se manteve estoico durante os vários minutos que demorou a cerimónia, além do ensaio.
“Acho que é fundamental apoiar os atletas, porque eles trabalharam muito para chegar aqui. Para chegar à categoria de ir aos Jogos Olímpicos, tiveram de trabalhar muito”, referiu.
O cirurgião disse que já não vai a Paris, mas vai “tentar seguir o que se vai lá passar” e ver o que vão fazer os atletas portugueses, a quem deixa alguns conselhos.
“Digo que não se esqueçam dos princípios olímpicos, mas também não se esqueçam que há um pós-carreira. Todo o tempo que agora disponibilizaram para ser atletas têm de tirar um pouco para estudar e para pensar no futuro”, alertou.
Numa altura em que se entra nos momentos finais da qualificação para Paris2024 eram poucos os atletas que estavam presentes no Terreiro do Paço, com as principais exceções, entre outras, a serem a judoca Rochelle Nunes e a ciclista Maria Martins.
“Este é o período crítico das qualificações e de afinar todo o corpo, toda a mente, é normal que não tenhamos aqui todos os atletas, já foi ótimo os que tivemos aqui. Mas eu acredito que ao verem este movimento, este coração a bater por eles, que lhes vai dar um extra de força”, disse a presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, Diana Gomes.
A ex-nadadora, que esteve nos Jogos Olímpicos Atenas2004 e Pequim2008, garante que “teria gostado, sem dúvida nenhuma, ter sentido este apoio”, pois “é muito especial sentir que o país” está com os atletas.
Além da coreografia, a mascote do COP, o Infante, foi uma das vedetas do dia, com inúmeros pedidos de fotos e de ‘selfies’, tal como um mural, de um dos parceiros do organismo, em que as pessoas podiam deixar mensagens para os atletas portugueses.
Os Jogos Olímpicos Paris-2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto.