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“Sabemos que vamos encontrar uma equipa supercompetente, supercompetitiva, mas não se mete tanto trabalho e tanta energia em algo se não for para ganhar”, assumiu à agência Lusa o treinador da equipa técnica liderada pelo consultor da World Rugby Daniel Hourcade, no Jamor, antes da partida para Paris.
Portugal encontra a Geórgia em Paris, pelo segundo ano consecutivo no encontro decisivo, depois de em 2023 ter perdido por 38-11, em Badajoz, e pela primeira vez após o empate (18-18) entre as duas seleções, no Mundial de França2023.
Os resultados exprimem a evolução da seleção portuguesa entre os dois desafios e, apesar de reconhecer que “provavelmente lidamos melhor em não sermos favoritos”, Mirra assumiu que se Portugal quer ser “uma equipa de topo”, tem de “saber lidar com essa pressão” e começar “a abordar os jogos para ganhar” e não apenas “só para competir”.
“Já estamos a um nível em que isto não é (só) começar a ganhar jogos, irmos ao Mundial, sermos reconhecidos pela nossa qualidade de jogo e, de repente, não aceitamos a pressão e somos sempre underdogs”, apontou.
Apesar de nos últimos dois anos somar dois empates e duas derrotas, Portugal não vence os lelos há 19 anos, desde 2005, mas o técnico considera que a ambição da equipa “não tem a ver com matar o borrego” num ano em que ambas as seleções atravessam um processo de renovação.
“Penso que a nossa renovação foi mais profunda do que a da Geórgia, mas, a partir do momento em que se chega a esta final, é indiferente se houve renovação ou não. As duas equipas vão estar empenhadas em vencer e não há nenhum borrego para matar em relação à Geórgia. Há é um troféu para ganhar por Portugal”, definiu o técnico português.
De resto, a seleção portuguesa até entrou em falso no REC24, com uma derrota na Bélgica (10-6), mas reagiu com exibições que voltaram a entusiasmar os adeptos, embora João Mirra garanta que a euforia não passa para dentro do grupo.
“Para qualquer jogador de nível internacional, essa é a grande diferença. É saber lidar com a pressão, fazer exatamente as mesmas coisas, tomar as mesmas decisões e ter exatamente a mesma coragem que se tem quando se está a jogar para 10 pessoas ou um jogo internacional. Por isso (o entusiasmo dos adeptos), não nos vai ou não nos deve condicionar em nada”, analisou.
Portugal defronta a Geórgia no domingo, em Paris, em encontro da final do REC24 com início previsto para as 20:00 (hora de Lisboa), no Estádio Jean Bouin.
Para alcançar a final, a seleção portuguesa eliminou a Espanha nas meias-finais, com um triunfo por 33-30, em Lisboa, mas antes venceu o Grupo B do REC24, com uma derrota por 10-6, na Bélgica, uma vitória por 54-7 sobre a Polónia, em casa, e num novo triunfo sobre a Roménia, por 49-24, em Bucareste.
Já a Geórgia, que superou a Roménia (43-5) nas meias-finais, venceu o Grupo A com triunfos na Alemanha (28-17), frente aos Países Baixos (31-10) e à Espanha (38-3).
As duas seleções enfrentaram-se pela última vez em setembro, no Grupo C do Mundial de França2023, e empataram 18-18, mas Portugal não vence os lelos desde 2005.
O Rugby Europe Championship é o principal torneio europeu de seleções, com exceção do torneio das Seis Nações, que é uma competição privada.
O antigo torneio das Seis Nações B, disputado por oito seleções desde 2023, disputa-se anualmente e é considerado o Campeonato da Europa da modalidade.
Portugal venceu o torneio em 2004 e sagrou-se vice-campeão no ano passado, após perder a final, em Badajoz, frente à Geórgia (38-11), seleção que domina o historial da competição com 15 títulos em 21 edições.