Vinícius Júnior quer usar o futebol para fazer o bem: "Acredito que tenho de fazer mais"

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Vinícius Júnior quer usar o futebol para fazer o bem: "Acredito que tenho de fazer mais"
Vinícius Júnior em entrevista à Reuters
Vinícius Júnior em entrevista à ReutersReuters
Símbolo da nova geração do futebol brasileiro, o extremo do Real Madrid é uma das grandes esperanças do Brasil para o Mundial-2022. Em conversa com a Reuters partilhou a ideia de ajudar Neymar, como que contribuir para o povo brasileiro e a mentalidade com que vai jogar no Catar.

Aos 22 anos marcou o golo da vitória do Real Madrid na final da Liga dos Campeões diante do Liverpool e acabou no oitavo lugar do ranking da Bola de Ouro. Momentos que elevaram Vinícius Júnior a um nível de topo mundial naquela que é a quinta temporada ao serviço do gigante espanhol.

À partida para o Mundial-2022 mostrou-se disposto a ajudar Neymar que ao longo da carreira internacional tem carregado às costas a esperança de todo o Brasil.

"O Neymar passou muito, logo desde muito novo sentiu muita pressão. É um dos que ajudou a facilitar as coisas para a minha geração", explicou à Reuters, em Turim, onde a canarinha se encontra a estagiar antes da viagem para o Catar, no sábado.

"É um sonho para mim porque eu cresci a vê-lo como um ídolo. Agora é um líder que nos ajuda muito e nós também vamos dar o máximo para o ajudar. Juntos vamos conseguir fazer um grande Mundial e tentar dar uma alegria ao povo brasileiro que espera a nossa vitória", prosseguiu.

Com um discurso escorreito e maduro para os 22 anos que apresenta no cartão de cidadão, Vinícius acolheu a responsabilidade de ser a cara da nova geração do futebol brasileiro.

"Eu tento aprender ao máximo com aqueles que têm mais experiência como o Karim Benzema ou o Neymar. Lidar com a pressão sempre foi fácil para mim. Mesmo sendo uma estrela, como se diz, eu continuo com os pés assentes na terra. É óbvio que ajuda jogar pelo Real Madrid e pelo Brasil, porque posso aprender com jogadores que já conseguiram grandes carreiras", atirou.

Atrás do grande sorriso e das danças para celebrar os golos, que já se estão a tornar uma imagem de marca deste veloz extremo, existe um rapaz sensível e consciente a nível social que quer utilizar o futebol e a fama para um bem maior.

Vinícius arrancou com uma fundação que está a construir escolas em áreas empobrecidas e vai investir em novas formas de melhorar o sistema educativo do Brasil.

"Acredito que tenho de fazer mais. Olho para atletas como o Lewis Hamilton (Fórmula 1) ou o LeBron James (basquetebol) a fazerem coisas boas e eu quero ser igual, quero ajudar as pessoas. A edução é importante porque nem toda a gente consegue singrar como jogador de futebol. Muitos tentam, mas são poucos os que chegam ao topo, por isso eu tento ajudar o povo brasileiro a evoluir de outras maneiras. Se tiverem o foco certo, muitos vão para as universidades, ser médicos, professores...", desabafou.

Vinícius reconhece a responsabilidade social que tem
Vinícius reconhece a responsabilidade social que temReuters

Uma batalha geracional

Para Vinícius Jr.,  uma das grandes batalhas que a sua geração enfrenta é o estereótipo de que os jogadores brasileiros são maus profissionais.

"Esta nova leva aprendeu muito com as anteriores. É triste ver como são criticados e acho bastante injusto porque já nos trouxeram muitas alegrias. Temos de celebrar o que conseguir, mas também questionar-nos sobre o que fizeram de bem e o que fizeram de mal. Não podemos cometer os mesmos erros, precisamos de evoluir e mudar a nossa imagem", frisou.

Um dos jogadores que mais faltas sobre no campeonato espanhol, e por larga margem, Vinícius confessou que teve algum receio de falhar o Mundial-2022 por lesão devido a uma entrada mais dura dos adversários.

"Existem desarmes mais duros, mas alguns adversários não estavam a jogar limpo. O que acontece no campo, fica no campo, ainda assim senti, em alguns momentos, que foram longe de mais. Eu e o Rodrygo sofremos muito com isso nos últimos jogos e tivemos receio de uma lesão que nos impedisse de estar aqui", assumiu, confessando que aqui os conselhos de Benzema foram essenciais: "Quando começas a ganhar notoriedade, os adversários começam a ser mais duros contigo e tens de aprender a lidar com isso. Aprendi imenso com o Neymar e o Cristiano Ronaldo que sofreram bastante quando estavam no Barcelona e Real Madrid, respetivamente. Contudo, foi o Benzema que me disse para ficar tranquilo e pensar que se me estavam a fazer aquilo era porque tinham medo de mim. É por isso que quando agarro na bola vou para cima, numa espécie de vingança. Pode correr mal e sair magoado, mas não recuo do desafio".

É este o tipo de mentalidade que Vinícius partilha com os colegas brasileiros antes de rumar ao Catar. "Os nossos rivais podem esperar uma equipa forte e preparada para dar tudo para sair com o troféu", garantiu.