Esse jogo reiterou a enorme tarefa que o novo treinador do United, Erik ten Hag, tinha nas mãos. Em vez de esperar por títulos, uma corrida ao top-4 e o regresso à Liga dos Campeões já deveria ser considerado um sucesso, com o vizinho city e o rival Liverpool certamente ainda fora de alcance.
Um salto no tempo até agora e as coisas parecem um pouco diferentes. Desde essa derrota, o United ganhou sete dos seus 10 jogos na Premier League (PL), perdendo apenas uma vez (empatando duas), sendo que apenas a equipa surpresa Newcastle United fez mais pontos durante esse período (24) do que os homens de Ten Hag (23 pontos, tal como o Arsenal). O Manchester City está em segundo lugar, cinco pontos atrás do Arsenal e apenas quatro pontos à frente do Manchester United e com os dois a enfrentarem-se no sábado, esta rivalidade tem mais em jogo do que nos últimos anos e o foco vai estar, certamente, nos dois maestros do meio-campo.
Rei Casemiro
A única área em que o United melhorou consideravelmente nos últimos 10 jogos do campeonato é na defesa. Nesse período, a equipa sofreu apenas seis golos, depois de ter concedido 14 nos primeiros sete jogos da época. A principal diferença entre os dois momentos é uma rocha toda-poderosa no meio-campo, o veterano brasileiro Casemiro. O seu impacto aparece nas estatísticas, com a equipa a parecer muito mais controladora e composta desde que o médio entrou na formação inicial:
As fantásticas exibições de Casemiro também aparecem nas estatísticas individuais, já que durante esse período de 10 jogos, o médio ocupa o segundo lugar na tabela de duelos ganhos (77, ver gráfico abaixo), o sexto em desarmes ganhos (19), o oitavo em a posse de bola ganha (73) e, surpreendentemente, para alguém que é principalmente principalmente por ter quebrar o jogo adversário, o oitavo em assistências esperadas (1,88). Casemiro têm experiência em frustrar o Manchester City, eliminando a equipa duas vezes na procura pelo sucesso na Liga dos Campeões e o cinco vezes vencedor da Champions (!) está ansioso para dar seguimento a esse hábito.
O curioso Kev
Enquanto o United foi revigorado por um médio experiente, a falta de produção de outro médio é uma preocupação para o Manchester City. Kevin De Bruyne partilhou a miséria dos companheiros belgas durante o Campeonato do Mundo, mas enquanto isso poderia ser atribuído a um fracasso coletivo, De Bruyne leva agora oito jogos na Liga inglesa sem assistir e um total de cinco jogos sem marcar ou assistir. O jogador de 31 anos só passou mais de cinco jogos sem um golo ou assistência na PL uma vez na sua carreira (10 jogos em 2018-19). Estará a idade a pesar depois de mais de 10 épocas ao mais alto nível?
Bem, apenas três jogadores fizeram mais remates do que Kevin De Bruyne nos últimos cinco jogos (15) e ninguém consegue igualar as 19 oportunidades criadas (maior da Liga), pelo que a resposta é provavelmente não. Olhando para os golos e assistências esperadas, ocupa a quarta posição nos últimos cinco jogos na PL.
De facto, é o único jogador entre o top-15 de golos e assistências esperados sem um golo ou assistência nesse período. Certamente que uma grande exibição está mesmo ao virar da esquina. Apesar de não ter feito uma assistência durante oito jogos, De Bruyne continua a liderar essa tabela com nove assistências esta época e o belga poderia tornar-se no quarto jogador a terminar cinco épocas diferentes com 10 ou mais assistências, depois de Cesc Fabregas (6), Ryan Giggs e Wayne Rooney (ambos com 5).
Independentemente disso, esperam-se grandes exibições de dois dos melhores médios do mundo. Para o Manchester United, uma vitória poderia renovar as esperanças de um título da Premier League pela primeira vez desde 2012-13, coincidentemente a última vez que acabaram a época à frente do Manchester City. Para os homens de Pep Guardiola, é necessária uma vitória para manter a pressão sobre o Arsenal, na perseguição a um quinto título da Liga inglesa para o treinador espanhol.