Lituânia-Sérvia: um duelo entre iguais
Enquanto os sérvios chegaram aos quartos de final com relativa facilidade, derrotando a República Dominicana por 112-79, foi preciso um jogo quase perfeito da Lituânia para derrubar os norte-americanos por 110-104. No último jogo da fase intermédia, os lituanos acertaram os primeiros nove lançamentos de três pontos, apanharam 18 ressaltos ofensivos e tiveram sete jogadores nos dois dígitos. O habitualmente severo treinador Kazys Maksvytis não pôde deixar de sorrir maliciosamente após o triunfo. A Lituânia é a única equipa invicta no torneio, para além da Alemanha.
E os sérvios? O treinador Svetislav Pesic e jogadores venceram facilmente a China, Porto Rico, Sudão do Sul e República Dominicana. Mas contra a Itália, um adversário à sua altura, sofreram uma derrota por 76-78. O duelo com a Lituânia será agora 50/50.
A chave para a Lituânia: O equilíbrio da equipa e a pontaria. Se os bálticos voltarem a acertar mais de 50% da linha de três pontos, será difícil pará-los.
Chave para a Sérvia: Bogdan Bogdanovic. Se o extremo da NBA brilhar como fez contra a República Dominicana (20 pontos em 22 minutos), é quase imparável. Mas o jogador de 31 anos não pode ter outro desempenho como contra a Itália, quando acertou apenas uma das 13 tentativas de três pontos.
Previsão: A Lituânia está nas nuvens após o triunfo contra os norte-americanos. O ímpeto está a seu favor.
Itália-EUA: Norte-americanos sob aviso
Os Estados Unidos tiveram que recuperar da desilução com a Lituânia, mesmo com o apuramento para os quartos garantido. No entanto, o resultado deve servir como aviso para os grandes favoritos do torneio. Mais uma vez, as estrelas da NBA não podem cometer erros. À exceção de Anthony Edwards, o plantel não tem impressionado. Alguns deles ainda não estão familiarizados com as regras da FIBA.
Agora chega a Itália, outro adversário desagradável. Liderados pelo excêntrico treinador Gianmarco Pozzecco, os transalpinos vão colocar tudo em jogo. O duelo pessoal com Paolo Banchero é interessante. Antes do Campeonato do Mundo, o extremo dos Orlando Magic pôde escolher entre jogar pelos Estados Unidos ou pela Itália. Optou pelos EUA e ainda esta semana disse não ter qualquer mensagem para os italianos.
A chave para a Itália: Os italianos vão analisar aprofundadamente a derrota dos norte-americanos e rezar para que tenham a mesma eficácia. Debaixo do cesto, querem ganhar o duelo dos ressaltos e conceder o menor número possível de ataques rápidos.
A chave para os EUA: Há que afastar rapidamente a derrota. A jovem equipa encontra-se agora, pela primeira vez, numa situação de eliminação. O experiente trio de treinadores Steve Kerr, Tyrone Lue e Erik Spoelstra será desafiado.
Previsão: A Itália precisa de fazer um jogo perfeito. Os EUA só precisam de se apoiar nos seus pontos fortes.
Alemanha-Letónia: Germânicos perto das medalhas
A equipa alemã está a fazer um excelente Campeonato do Mundo até agora. A equipa de Gordon Herbert venceu os cinco jogos da fase preliminar e intermédia em Okinawa. Mais recentemente, os eslovenos, à volta da superestrela Luka Doncic, não tiveram qualquer hipótese (71-100). E isto apesar do facto de o co-protagonista alemão, - além do capitão Dennis Schröder - Franz Wagner, estar no banco desde o primeiro jogo contra o Japão, devido a problemas no tornozelo. No entanto, os alemães não se podem dar ao luxo de relaxar perante a equipa surpresa deste torneio.
Os letões, cujo país tem menos de dois milhões de habitantes, está representado pela primeira vez num Mundial. Após a lesão do seu melhor jogador, Kristaps Porzingis, dos Boston Celtics, os letões viram o estatuto de favorito à sombra para underdogs. No nosso Flashscore Power Ranking, estavam em 14.º lugar. Agora, já estão entre as oito melhores equipas. No Mall of Asia Arena, centenas de adeptos letões apoiam ruidosamente a sua equipa. Em campo, Andrejs Grazulis ou Davis Bertans devem proporcionar o próximo milagre do basquetebol.
Chave para a Alemanha: Depois da lesão, Franz Wagner pode voltar ao torneio e a sua integração rápida na dinâmica da equipa é importante para este confronto.
Chave para a Letónia: Apoio das bancadas e emoção em campo. Os letões gostam do papel de underdogs e já venceram a França e o Brasil.
Previsão: A Alemanha é a favorita tendo em conta o desempenho no torneio. Se a equipa não entrar em colapso, as meias-finais estão ao alcance.
Canadá-Eslovénia: Luka vs Shai - duelo de superestrelas
No último jogo dos quartos de final, vão estar cara-a-cara os dois melhores jogadores deste torneio: Luka Doncic e Shai Gilgeous-Alexander. As estrelas da NBA têm carregado aos ombros as respetivas equipas com desempenhos notáveis. A vantagem do Canadá: para além de Gilgeous-Alexander, o país tem outros jogadores importantes que podem decidir um jogo. No emocionante duelo contra a Espanha, Dillon Brooks assumiu o comando defensivo e ofensivo. RJ Barrett, Lu Dort ou Kelly Olynyk também podem desempenhar esse papel.
Para os eslovenos, não há substituto à vista para Luka Magic. E foi isso que explicou a derrota contra a Alemanha na fase intermédia. Por vezes, os eslovenos tiram-se a si próprios do jogo devido a discussões com os árbitros.
Chave para a Eslovénia: Para além de Luka Doncic, os outros colegas de equipa têm de dar cartas. Um deles é Mike Tobey. Numa noite boa, o grandalhão distribui passes e converte os passes de Doncic perto do cesto.
Chave para o Canadá: Continuar a defender ferozmente e empurrar Luka Doncic contra a parede. Os especialistas defensivos Lu Dort e Dillon Brooks vão tomar conta do esloveno. Se os lançamentos caírem para Shai Gilgeous-Alexander é meio caminho andado para os Maple Leafs.
Previsão: Os canadianos têm uma equipa bem equilibrada, muito forte defensivamente e demonstraram nervos de aço depois do duelo com a Espanha.