“Eu tentei muitas vezes. Agora, depois também não tenho culpa que não tenha dado, nem que não tenha funcionado. Estive muitas vezes na frente da corrida e nenhuma delas deu. Aquela iniciativa em que não estive presente, acabou por dar. Mas faz-me lembrar um pouco o ano em que o Alejandro Marque ganhou aqui na serra. A vitória foi galega e foi muito parecida”, recordou, referindo-se ao triunfo do seu grande amigo no alto da Torre, em 2021.
Após ser nono na etapa, a 1.11 minutos do vencedor Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), ‘Fred’ estava visivelmente desiludido, mas tentou desvalorizar o dia menos bom, que o deixou também na nona posição da geral, a 01.22 do galego, que subiu à liderança da prova.
“É ciclismo. Não há que encarar isso de forma negativa. São dias que correm menos bem, mas agora é olhar para a frente. Amanhã (terça-feira), é outro dia e a chegada à Guarda e a etapa da Guarda também é muito dura. Por isso, agora vamos trabalhar para perseguir o objetivo”, prometeu.
O vice-campeão da Volta 2022 foi o único dos elementos da Glassdrive-Q8-Anicolor a ‘enfrentar’ as perguntas dos jornalistas, com o diretor desportivo, Rúben Pereira, a não aparecer na zona mista e o campeão em título, o uruguaio Mauricio Moreira, a ‘falhar’ também a presença, depois de ter sido assistido pela equipa médica no final da etapa que o deixou definitivamente fora da luta pela geral.
“Falhou o plano e falhou as pernas. Se não estivemos na frente da corrida é porque falharam as duas”, assumiu o trepador de 32 anos.
Uma tática desastrosa da Glassdrive-Q8-Anicolor deixou ‘Fred’ sozinho a responder aos ataques, com o também terceiro classificado da edição de 2020 a acabar por quebrar na parte final da subida à Torre, após James Whelan e Artem Nych parecerem também mais interessados em defender a sua própria classificação na geral.
Ainda assim, Figueiredo evitou responder quando a pergunta foi ‘a equipa também falhou?’. “Não quero dizer isso. Se calhar, também tive muita marcação por parte dos adversários e acabou por sair um grupo que ninguém ligou. Parecia o único que estava interessado em seguir na frente da corrida”, elaborou.
“Mas, pronto, já é normal, porque a nossa equipa é muito marcada. Nós também temos muita responsabilidade durante a corrida. Já o sabíamos antes da Volta a Portugal começar que iríamos ser muito marcados. Mas agora é a equipa do Tavira líder. E, agora, há que olhar para os adversários também com outros olhos. Não é só olhar para a Glassdrive”, defendeu.
Sobre o seu atraso para o líder da geral, o ciclista da Glassdrive-Q8-Anicolor lembrou que “há muitas etapas ainda pela frente”.
“Há muitos dias duros. Amanhã, é um dia duríssimo, por exemplo. E dias maus podem acontecer também aos adversários. Agora estamos atrás, vamos perseguir”, concluiu.