Volta: Glassdrive-Q8-Anicolor só quer ganhar, mas sabe da importância de triunfo de Fred

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Volta: Glassdrive-Q8-Anicolor só quer ganhar, mas sabe da importância de triunfo de Fred
A equipa quer voltar a conquistar a prova
A equipa quer voltar a conquistar a provaFacebook/Glassdrive-Q8-Anicolor
A Glassdrive-Q8-Anicolor contenta-se apenas com ganhar a 84.ª Volta a Portugal, sem pretender novamente ocupar os três lugares do pódio, com Rúben Pereira a admitir, no entanto, que a vitória de Frederico Figueiredo seria benéfica para o ciclismo nacional.

“Esse é um objetivo muito arrojado. Acho que contento-me apenas com o objetivo de ganhar. Esse é o nosso objetivo. Saímos com esse objetivo de ganhar. Não temos uma meta de fazer primeiro, segundo e terceiro. Nem de ganhar um maior número de etapas”, resumiu o diretor da Glassdrive-Q8-Anicolor, ao ser questionado sobre se ambicionava repetir o tri do ano passado.

Rúben Pereira recordou, em declarações à Lusa, que em 2022 a sua equipa também não pretendia colocar Mauricio Moreira, Frederico Figueiredo e António Carvalho, agora na ABTF-Feirense, no pódio, mas “a corrida é que se proporcionou assim”.

“E se nós olharmos friamente, foram os próprios adversários que levaram a que a equipa fizesse primeiro, segundo e terceiro. Porque a corrida foi assim até praticamente à decisão final, que foi a Senhora da Graça e o contrarrelógio. E, como é óbvio, quando juntas ciclistas que têm uma polivalência muito grande, tanto na montanha como no contrarrelógio, e terminas com o contrarrelógio a Volta a Portugal, a probabilidade de fazer primeiro, segundo e terceiro o ano passado foi grande. Foi o que aconteceu”, notou.

Apesar de os amarelos terem dominado a seu bel-prazer a temporada velocipédica nacional, o diretor desportivo reconhece que “não é fácil” defender o título de vencedores da Volta a Portugal.

“Nós não podemos esconder a pressão que temos, mas acho que temos em todas as corridas, pelo facto de o plantel que nós temos, da época que temos vindo a fazer. Mas também retira um bocado a pressão, no sentido que temos um grupo muito forte. E temos corredores como o Mauricio, como o Frederico, como o Artem, como o James, que nos dão bastante segurança. Como é óbvio, este é um desporto de pressão. É uma modalidade em que temos de saber lidar com a pressão. É assim mesmo. Mas também concordo, e esta será a minha opinião, nós somos uma das equipas candidatas à vitória final, mas não somos a única equipa”, argumentou.

Com o campeão e o vice-campeão em título nas suas fileiras, e com Artem Nych e a surpreendente contratação James Whelan como outros potenciais candidatos, quem é que será, afinal, a aposta da Glassdrive-Q8-Anicolor?

“Nós não saímos com um líder definido. Nós saímos com uma estratégia definida, e essa estratégia é ganhar a Glassdrive. Esse é sempre o nosso objetivo. E esta foi sempre a mensagem que eu passei. Nós não temos adversários internos. Os nossos adversários são as outras equipas. E nós iremos correr dessa forma muito agressiva. Para nós, é exatamente igual ganhar com o Artem, ganhar com o Mauricio, ganhar com o James. Se me perguntares a mim se o ciclismo precisa da vitória do Frederico, ou um português, precisa. E eu sei disso”, confessou.

Se Fred ganhar, Pereira afirma: “todos nós ganhamos”. “O ciclismo nacional ganha. Para o ciclismo nacional, é bom ter um novo ídolo, digamos assim, português. Ter uma referência como o Frederico, que já o é - para mim já o é, como é óbvio -, mas se conseguir ganhar a Volta a Portugal é um estatuto que acaba por publicamente ser criado à volta dele, enquanto ciclista. Temos a noção que seria importante para a modalidade”, reforçou.

Mas, ainda assim, o principal coletivo nacional irá correr “sempre para salvaguardar os objetivos da equipa”, embora Figueiredo possa ver, finalmente, recompensado pelo seu ‘sacrifício’ na passada edição, quando aguardou por Moreira numa altura em que o uruguaio passava dificuldades e ‘entregou’ a vitória na Volta.

“Eu não digo que o Fred deixou o Maurício ganhar. O Fred foi um verdadeiro capitão e foi um verdadeiro colega de equipa. Nós saímos com uma missão muito grande do ano passado, porque foi difícil o ano de 2021. Só quem viveu esse ano da Volta de 2021, da queda com o Mauricio, é que sentiu aquilo que nós sentimos enquanto equipa. Porque perdemos sendo os mais fortes”, lembrou.

O diretor da equipa de Águeda referia-se à queda do uruguaio no contrarrelógio da última etapa da prova rainha do ciclismo português, que hipotecou a possibilidade de roubar a amarela a Amaro Antunes, entretanto desclassificado por doping.

“E nós tínhamos como objetivo dar essa vitória ao Mauricio, até para que ele ficasse tranquilo com ele mesmo. Que o nosso dever enquanto equipa ficasse ali sanado. E, como é óbvio, o Fred no ano passado foi totalmente um exemplo do que é um colega de equipa, do que é o desportivismo. Respeitou aquilo que era a nossa missão, e também por vontade própria dele, que era levar o Mauricio à vitória final. Se este ano tivermos que inverter os papéis, claro que sim, isso poderá acontecer”, assumiu.