Fora de jogo semiautomático tem o seu grande teste no Campeonato do Mundo

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Fora de jogo semiautomático tem o seu grande teste no Campeonato do Mundo
A tecnologia está atualmente em vigor na Liga dos Campeões
A tecnologia está atualmente em vigor na Liga dos CampeõesFIFA
Quatro anos após a chegada do VAR ao Mundial da Rússia, os adeptos descobrirão uma nova inovação no Catar, o fora de jogo semiautomático, que se destina a tornar as decisões de arbitragem mais rápidas e mais fiáveis.

Espera-se que a chegada desta nova ferramenta tecnológica seja mais discreta do que a da videoarbitragem (VAR), que nos últimos anos tornou familiar o gesto de um retângulo, feito pelos árbitros para rever as jogadas. Nos últimos anos, a implementação do VAR tem sido acompanhada por paragens de jogo e controvérsia.

Apesar das críticas, a FIFA continua com a mesma lógica que adotou no Brasil, em 2014, com a implementação da tecnologia da linha de golo.

O resultado de "três anos de investigação e testes", como aconteceu na Taça Árabe no final de 2021 e durante o Mundial de Clubes, a "tecnologia semiautomática de fora de jogo" (SAOT) foi validada pelo organismo mundial no início de Julho.

A ideia, adaptada pela UEFA na Liga dos Campeões, é ir além dos limites do olho humano, que é demasiado impreciso para estabelecer a posição dos jogadores e da bola em todos os momentos. O objetivo é regular ao máximo a linha que determina se ocorreu ou não o fora de jogo.

"Não é um fora de jogo robótico"

"Sabemos que, por vezes, o processo de verificação do fora de jogo demora demasiado tempo, especialmente quando é de poucos centímetros", salientou o italiano Pierluigi Collina, presidente do Comité de Árbitros da FIFA, no início de julho.

Embora a tecnologia semiautomática do fora de jogo devesse "permitir decisões mais rápidas e mais precisas", Collina, que apitou a final do Mundial de 2002, prometeu, "não é um fora de jogo robótico". A decisão final caberá sempre aos árbitros e aos árbitros assistentes no campo.

No Catar, o sistema utilizará 12 câmaras no tecto dos estádios e monitorizará "até 29 pontos de dados" por jogador "50 vezes por segundo", incluindo "todos os membros relevantes para a análise de situações de fora de jogo", disse a entidade em julho.

Como tudo depende do momento exato em que a bola está em jogo, um sensor no centro da Al Rihla, a bola oficial, enviará dados "500 vezes por segundo" para a sala de visualização, iniciando o processo.

Com a ajuda de inteligência artificial, um alerta será transmitido "em tempo real" aos árbitros do VAR "sempre que a bola for recebida por um atacante que esteja em posição de fora de jogo" no momento do passe.

O exemplo Mbappé

Devem então "verificar manualmente" esse alerta, que não deve demorar mais do que alguns segundos, antes de o comunicar ao árbitro principal, que toma a decisão final.

Uma vez confirmado o fora de jogo, os mesmos dados posicionais serão transferidos para uma animação 3D "detalhando a posição dos membros dos jogadores no momento em que a bola foi passada". A repetição será transmitida "no melhor ângulo possível" nos ecrãs gigantes do estádio e colocada à disposição dos organismos de radiodifusão.

É impossível, contudo, automatizar totalmente a deteção de fora de jogo e eliminar a controvérsia: uma vez tomada em consideração a posição dos jogadores, resta avaliar pessoalmente se um adversário pode ter tocado intencionalmente na bola.

A controversa validação do golo de Kylian Mbappé em otubro de 2021, na vitória da França por 2-1 sobre a Espanha, na final da Liga das Nações, é um bom exemplo: o atacante dos Bleus foi "considerado em jogo" apesar da sua posição devido à tentativa de corte do defensor Eric García.

A UEFA considerou então a decisão "correcta" mas contrária ao "espírito do jogo", pedindo que a regra fosse reescrita pelo International Football Association Board (IFAB), o organismo responsável pelas leis do futebol, um assunto ainda no ar.