Nunca é fácil gerir um plantel de futebolistas profissionais. É ainda mais complicado se for num dos maiores clubes. Muitos egos entre mais de 20 estrelas e apenas 11 vagas disponíveis. É por isso que o treinador deve ser também um grande gestor de equipa.
Ancelotti é-o. Haverá quem esteja mais descontente por não ter os minutos que acha que merece. Às vezes engana-se, claro. Mas, na maioria das vezes, acerta. Nem todos são iguais e ele tem de ter tato em todas as situações.
O tato com Modric
Com Modric, por exemplo. O croata ficou no Real Madrid porque lhe disseram, incluindo o treinador, que iria continuar a ser importante e a jogar muitos minutos. Mas no início da época isso parece ter sido esquecido e Luka está atrás na rotação de Bellingham, Valverde, Tchouaméni, Camavinga e Kroos.
Contra o Osasuna, depois de várias presenças seguidas no banco de suplentes, foi-lhe atribuído o lugar de titular. E Modric estava com tanta fome que foi o catalisador ofensivo de que a equipa precisava. Aos 79 minutos, o jogador saiu de campo e foi novamente aplaudido de pé pelo Bernabéu.
Os mimos de Rodrygo
O avançado brasileiro é outro exemplo claro do tratamento humano de Ancelotti. O seu nível baixou muito, algo que tem muito a ver com a seca de golos. Perdeu a confiança e isso nota-se. A isto não é alheio o facto de o treinador o ter deixado no banco contra o Osasuna, mas com a ideia de lhe dar minutos.
E quando foi assinalada uma grande penalidade a favor do Real Madrid, o próprio Carlo quis que Rodrygo Goes a cobrasse. E embora tenha sido ele próprio a dizer publicamente que Joselu seria o responsável pelos penáltis, nesta ocasião quis mudar essa ordem para "recuperar" o instinto goleador do jogador de São Paulo.
O penalty, aliás, foi cobrado por Joselu com força e ao centro, mas Sergio Herrera defendeu. É o quinto pénalti consecutivo que o guarda-redes do Osasuna defende de jogadores do Real Madrid. Teria defendido de Rodrygo?