Recorde as incidências da partida
Muito estava em jogo em San Mamés entre os leões e os verdes e brancos. Uma vitória fazia a diferença entre estar ou não nos lugares europeus para a próxima época. Assim o entendia o Betis, com o português William Carvalho a titular e a defender o seu sexto lugar, como o Athletic por querer recuperá-lo.
Impondo um ritmo frenético desde o apito inicial, as duas equipas mantiveram o público no estádio de Bilbao com o coração aos pulos, prendendo a respiração para que os jogadores não tivessem de viver sem ar nas hostilidades que se sucediam.
Queriam acalmar a dor e garantir o seu idílio com a Europa o mais rapidamente possível. Isso fez com que tudo se passasse muito depressa. Tanto que, logo no início, os comandados de Valverde estiveram à beira de abrir o marcador. O que eles não esperavam é que os primeiros a marcar fossem... os andaluzes.
Ainda não estavam decorridos 10 minutos quando Willian José fez um fantástico remate para colocar a equipa de Manuel Pellegrini em vantagem. O brasileiro, que marcou apenas o seu segundo golo na LaLiga, acabou com os cânticos da bancada vermelha e branca e permitiu que o Betis deixasse de se afogar um pouco no seu caso de amor, a qualificação para as competições europeias.
O Athletic gostaria de ter querido um pouco menos para tirar a posição privilegiada do seu adversário. No entanto, a sua natureza combativa levou os leões a procurar insistentemente oxigénio, como um peixe a nadar sem água. Aproximavam-se da área adversária com uma determinação implacável e a sorte escapava-lhes, ao ponto de sofrerem misteriosos deslizes às portas da baliza.
A sorte sempre voltava para assombrar os Leões, que momentaneamente respiraram aliviados quando um penálti foi marcado a seu favor. Mas a alegria durou pouco, pois o árbitro corrigiu a decisão com a ajuda do VAR. O erro foi grosseiro e ele apagou-o com um golpe de magia.
Não se pode jogar sem ar
A passagem do tempo pressionava a equipa vermelha e branca, enquanto os verde-rubros sentiam os pulmões a encherem-se para reforçar as suas funções defensivas. O cerco à baliza visitante existia mas Claudio Bravo encarregou-se, através de intervenções milagrosas, de cortar as asas de um pássaro que mordia com força excessiva a parede que lhe era colocada à frente dos olhos.
Com o final da época a aproximar-se a passos largos, os bascos continuavam a não conseguir encontrar terreno para fazer florescer as suas esperanças de aproximação à Europa. E quanto mais procuravam, menos queriam.
Os homens de Ernesto Valverde transformaram a reta final num inferno para os sevilhanos. Os jogadores do Bilbao tentaram sufocar a equipa, mas tinham o suficiente para ultrapassar a prova. A equipa de Bilbao provou que não se pode jogar 80 minutos sem ar e depois tentar recuperá-lo no último minuto da pior maneira possível: com uma derrota que os deixa a cinco pontos do objectivo europeu.