Pablo Longoria, presidente do Marselha: "Não é aceitável o que fizemos nas últimas semanas".

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Pablo Longoria, presidente do Marselha: "Não é aceitável o que fizemos nas últimas semanas".
Pablo Longoria, presidente do Marselha, falou sobre tudo em conferência de imprensa
Pablo Longoria, presidente do Marselha, falou sobre tudo em conferência de imprensa
AFP
Em conferência de imprensa na tarde desta segunda-feira, Pablo Longoria, presidente do Marselha, fez um primeiro balanço da temporada, falou do mercado transferências, da saída do treinador, Igor Tudor, e ainda do jovem avançado português, Vitinha, contratado ao SC Braga.

Resumo da época: "Foi uma época marcada por três momentos especiais. Houve a campanha europeia, o período em torno do jogo de Paris e o resto da época. Não é aceitável perder a qualificação no último jogo da Liga dos Campeões, como aconteceu. Depois, tivemos uma preparação muito boa após o Campeonato do Mundo. Para mim, foi a melhor altura do ano em termos de resultados. Começou numa altura em que não estávamos particularmente bem em termos técnicos ou ofensivos, por isso foi muito bom. Mas perdemos a humildade depois do jogo de Paris. E depois... O que temos estado a fazer nas últimas semanas não é aceitável de forma alguma. O último jogo da temporada não é nada agradável, nem o ambiente, aliás."

Próxima época: "Precisamos de dar um passo atrás. Estabilizámos as nossas finanças. O nosso futuro é positivo. Em termos desportivos, tentámos alcançar um certo grau de consistência e temos de continuar assim. O que estamos a fazer é distribuir a maior parte dos recursos para construir a equipa. Depois disso, é preciso ser inteligente e maximizar todas as receitas adicionais de um clube de futebol. A bilheteira, por exemplo, era um objetivo e é muito importante para a continuidade. Na próxima época, temos de conseguir alcançar um resultado desportivo."

Consequências do final da época: "Quando se joga no Marselha, até os amigáveis são importantes. O empenho e o amor à camisola não são negociáveis. Se não for esse o caso, os resultados individuais de fim de época sofrem. Contra o Brest, estamos a lutar com um estádio que nos acompanhou durante toda a época e perder assim... Não se tem muito respeito pela instituição, nem por si próprio. Precisamos de mais personalidade e mais coragem. Alguém com mais liderança, porque há algumas situações terríveis.

Caso de Alexis Sánchez: "Fez uma época positiva. A nível técnico e em termos do seu trabalho nos treinos, foi exemplar. Ganhou estatísticas que já não tinha há muito tempo. Isso faz-nos querer continuar com ele. A nossa intenção seria continuar com ele. Mas agora... O dinheiro também é um fator. Estamos a ouvir. Estamos a conversar".

Futuro treinador: "Já houve contactos. Precisamos de estabelecer o perfil do treinador e conhecê-lo bem para podermos reintroduzir um ciclo mais vantajoso. É preciso estabelecer relações com a hierarquia e também perpetuar os valores que são importantes para esta instituição (rigor, trabalho e disciplina). Precisamos também de jogar de uma forma que agrade aos nossos adeptos, que são apaixonados pelo jogo. Precisamos de um jogo ofensivo com transições ofensivas e velocidade."

Dimitri Payet: "Temos vindo a falar nas últimas semanas. Teremos de ver com o novo treinador, que também vai chegar, como é que ele quer jogar com ele. Nessa altura, gosto de falar com todos os perfis. É uma questão coletiva".

Tudor: "Houve erros de ambos os lados. Mas o princípio da autoridade de um treinador não é negociável".

Estilo do novo treinador: "Há muitas formas diferentes de jogar. Não acho que vamos continuar a jogar com marcação individual em todo o campo. É muito específico. Temos de manter um alto nível de energia e de fisicalidade."

Galtier ou a Zinédine Zidane? "As conversas com um treinador devem ser privadas."

Plantel: "É prematuro falar de mudanças. Os contratos estão a chegar ao fim e é preciso rodar o plantel. Por vezes, os jogadores querem mudar e ver coisas novas."

Vitinha: "Continuo confiante. Ele tem todas as características que procuramos num avançado. Toda a gente gosta dele. Só precisa de um período de adaptação. Com a competitividade imposta pela presença de Alexis, é um pouco complicado conseguir um lugar para ele."

Formação: "É muito importante. Um clube que não tenha um centro de treinos eficaz não vai conseguir estabelecer uma ligação com os adeptos, e a formação é um pilar económico. Sim, agora estou satisfeito com as decisões tomadas durante a época e vamos continuar a tomá-las. Antes, havia uma falta de rigor e de disciplina absolutamente vergonhosa. Sem normas, disciplina e amor, não se pode fazer nada na vida. Queremos também criar uma infra-estrutura. Este ano, os jogadores que vieram treinar com a equipa principal não conseguiram acompanhar os treinos e isso é inaceitável".

Novo treinador em 15 dias? Francês? "É complicado dar uma data. Não devemos precipitar-nos. O futebol é universal, isso é um facto. Mas o francês conta. Não vou aceitar que no final de uma época o treinador não fale francês. Em qualquer território, é necessário adaptarmo-nos."

Dificuldade em vender jogadores: "Estou surpreendido. Tenho de ganhar um campeonato, não uma corrida às vendas. Talvez a culpa seja nossa. Recusámos ofertas de Inglaterra. Com os salários que pagamos, também é mais difícil vender a outros clubes. Também não se pode gastar mais do que se tem."

Erros a evitar: "Não quero ter estabilidade (risos). Quero manter os aspetos positivos e discutir isso com o novo treinador. Aprendi com Sampaoli que é preciso querer ganhar sempre. Tudor deu-nos uma base para construir relações entre treinadores e jogadores."

Caso de Sead Kolasinac: "Há uma reflexão geral. O seu perfil é muito especial. É um lateral muito defensivo. Se um treinador quiser trazer laterais ofensivos, as coisas vão ficar bloqueadas... É muito profissional e vamos tê-lo em consideração".

Situação económica do clube: "Estou muito satisfeito com a nossa evolução. Estamos a caminhar na direção certa. Vamos chegar a 2024/2025 com uma grande autonomia económica, o que nos vai impulsionar para um novo ciclo."

Regresso dos jogadores emprestados e futuro: "Alguns tiveram um período de empréstimo difícil. Para outros, o desenvolvimento correu bem".

Família atacada nas bancadas em Ajaccio : "Foi o momento mais triste que vivi a nível pessoal nos últimos anos. Não vi o que aconteceu. Mas a situação chocou-me. Não consigo entender. Como é que se pode atacar uma criança? Se jogamos futebol, é para transmitir felicidade. O sorriso de uma criança é algo de mágico. Com os meus valores, ver tudo aquilo... O rapaz tremeu. Perguntamo-nos que tipo de doente mental é capaz de fazer aquilo. Houve também uma falha de segurança. Tentámos fazer tudo o que podíamos para ajudar a criança. O irmão dele também ficou traumatizado."

Compra do estádio: "De momento, não estamos a falar disso. A médio prazo, devemos analisar o modelo financeiro do Velódrome".

Contratação de Pau Lopez: "A sua época foi muito boa. A maior parte das suas intervenções foram no 1 contra 1. Estou muito satisfeito. Também estou satisfeito com Ruben Blanco. Quero manter esta dinâmica."

Dificuldade no mercado sem Champions garantida: "É difícil, sim. Ao mesmo tempo, é uma aposta que os jogadores têm de fazer. Penso que somos bastante atrativos".

Arrependimentos no mercado de inverno: "O mercado de transferências de Inverno é um mercado de reparação. Não temos a mesma dinâmica do Lens. A época deles é irrepreensível. Os nossos jogadores tiveram de se adaptar."