Manchester City e Inter defrontam-se, este sábado, na final da Liga dos Campeões. Será a última das finais continentais e a ser disputada e vai atribuir o prémio mais desejado do Velho Continente.
Esta será a segunda oportunidade do Manchester City conquistar a tão desejada Liga dos Campeões. Pertença do Abu Dhabi United Group desde 2008, o centenário clube inglês (fundado em 1894) ergueu-se da mediocridade e tornou-se num dos grandes pesos pesados do futebol britânico: é a única equipa a conseguir 100 pontos na Premier League, em 2018/19 venceu os quatro troféus domésticos, conquistou cinco das últimas seis edições do campeonato, mas a glória europeia continua a escapar (perdeu com o Chelsea a final de 2001).
Na sétima temporada no Etihad, Pep Guardiola parece apresentar o Manchester City mais refinado da sua passagem por Inglaterra. Uma equipa pragmática (capaz de balançar os momentos em que tem de jogar apoiado com um futebol direto para aproveitar vantagens) com engenhos táticos designados para criar superioridade (John Stones como central funciona como um médio extra) e com uma máquina goleadora na frente de ataque (Haaland soma 52 jogos em 52 jogos). No fundo, uma máquina que parece imparável e, de facto, na Europa ainda ninguém encontrou solução para a travar (sete vitórias e cinco empates em 12 jogos).
A isto junta-se a cereja no topo do bolo: A possibilidade de um treble (juntar a Champions a Premier League e Taça de Inglaterra) e igualar o feito do rival Manchester United em 1998/99.
À frente do Manchester City vai estar um adversário pouco provável. Campeão italiano em 2020/21 com Antonio Conte, o Inter tem sentido dificuldades com Simone Inzaghi e des de então terminou no segundo e terceiro lugar da Serie A.
Dono de um plantel que em termos individuais não fica a dever nada a ninguém em Itália – Onana, Skriniar, Dimarco, Çalhanoglu, Barella, Lukaku ou Lautaro Martínez são algumas das armas à disposição – o Inter tem-se revelado um autêntico papa-taças nos últimos dois anos, com a conquista de duas Taças de Itália e duas Supertaças de forma consecutiva.
13 anos depois de José Mourinho ter conseguido a glória europeia para esta cidade do norte de Itália, Inzaghi vai procurar juntar-se a um panteão onde está o treinador português e Helenio Herrera (1964 e 1965), os últimos a conseguirem colocar o emblema de Milão no trono continental.
Para isso, o Inter contará com uma força defensiva admirável. Nos seis jogos que fez na fase a eliminar da Liga dos Campeões, só o Benfica (3-3) conseguiu encontrar o caminho da baliza de Onana. AC Milan e FC Porto ficaram em branco.
Será o primeiro jogo oficial entre estas duas equipas e logo no maior palco do futebol europeu. A última vez que aconteceu algo semelhante? Em 2005, Istambul, quando Liverpool e AC Milan também se defrontaram pela primeira vez a nível oficial para decidir o título continental. Ficou gravado como uma das melhores finais da história, um legado pesado para o jogo deste sábado.