A poucas horas da primeira mão de um confronto com o atual campeão Manchester City, o Real Madrid discute a questão: quem, de entre Nacho Fernández ou Tchouaméni, será escolhido para alinhar ao lado de Rüdiger na terça-feira à noite? É uma questão importante do ponto de vista tático. A escolha de Carlo Ancelotti terá provavelmente impacto noutro jogador importante do plantel madridista, nada mais nada menos do que Eduardo Camavinga.
Com efeito, se Nacho for titular, Tchouaméni deverá regressar ao seu papel de médio defensivo, com o antigo jogador do Rennes a ficar no banco de suplentes. Se o seu compatriota for colocado no centro, completará o meio-campo com Toni Kroos, Fede Valverde e Jude Bellingham. Dois perfis, duas escolhas tácticas muito diferentes e, acima de tudo, que podem ser muito importantes contra os Citizens.
Dinamizar o meio-campo
Ao optar por Tchouaméni como defesa-central, Eduardo Camavinga deverá logicamente assumir a posição de número 6. É uma decisão que pode dar frutos, uma vez que o Real Madrid terá menos posse de bola do que o Manchester City e, quando a tiver, terá de avançar muito rapidamente.
E é aí que o médio de 21 anos se destaca, ao contrário do compatriota, que é muito mais estático. O Real Madrid vai precisar de explosão e movimento no meio-campo no contra-ataque. Camavinga traz essa projeção para a sua equipa, que pode quebrar uma ou duas linhas com uma única aceleração. E contra o bloco alto dos Citizens, isso garantiria um bom número de transições a explorar. Na frente, Vinicius Jr, Rodrygo e Bellingham terão de terminar o trabalho.
A defesa do Manchester City é o grande ponto de interrogação para esta eliminatória. Rúben Dias e John Stones já não são tão imponentes como na época passada? Ederson chegará a tempo?. Em suma, o Real Madrid tem algo a disputar esta época, ao contrário da anterior, em que os ingleses dominavam em todas as áreas do jogo.
Garantir a confiança na defesa
Na atual época de Nacho, Carlo Ancelotti estaria a prestar um mau serviço a si próprio se o colocasse a titular. Na frente, mesmo que o City não pareça tão dominante como no ano passado, antes de defrontar o Real, o perigo é muito real. Erling Haaland fora de forma? Em 36 jogos disputados, marcou 30 golos e fez 6 assistências... E se não estiver presente, Julián Álvarez (13 golos, 10 assistências) ou Phil Foden (18 golos, 10 assistências) poderão assumir o lugar. Kevin De Bruyne também está de volta e em boa forma, como prova o seu primeiro golo contra o Crystal Palace no sábado.
A artilharia pesada vai estar à vista, e Carlo Ancelotti foi avisado. É por isso que é do seu interesse e do seu clube colocar em campo os jogadores mais confiantes. E, nesse aspeto, Tchouaméni está em vantagem em relação a Nacho. Quando foi reposicionado como defesa-central, o francês jogou sempre bem.
Limpo e calmo, ele deu o equilíbrio que transmite quando joga um pouco mais acima, complementando Rüdiger, que tem um estilo de jogo muito mais rude. O seu sentido de antecipação permitiu-lhe ser eficaz. Por último, mas não menos importante, a sua qualidade no jogo aéreo faz com que a sua equipa perca o menor número possível de oportunidades a partir da defesa. Um pormenor a ter em conta contra uma equipa que vai pressionar muito.
Estes são os principais argumentos que fazem pender a balança a favor do antigo jogador do Mónaco no seu duelo direto com Nacho. Mas atenção a Carlo Ancelotti, com quem se podem esperar muitas surpresas. Como não escalar Rüdiger no jogo da segunda mão depois de uma primeira mão impressionante contra o City, na qual ele amordaçou o norueguês. Ou colocar Toni Kroos como número 6 no Etihad, sem qualquer apoio ao seu lado... Tudo para descobrir nesta sexta.
