Acompanhe as principais incidências da partida
Ainda na ressaca da vitória importantíssima no Clássico, frente ao FC Porto (1-0), o Benfica apresentava-se em Milão na tentativa de vingar a eliminação nos quartos de final da última edição da Liga dos Campeões, precisamente aos pés do Inter.
Para o duelo em território italiano, Roger Schmidt promoveu duas alterações no onze, uma delas força devido ao castigo de António Silva e outra por opção, promovendo a estreia de Juan Bernat no lado esquerdo da defesa dos encarnados.
O omnipresente Aursnes
O lançamento do lateral espanhol abriu espaço a uma mudança estrutural, com a passagem do omnipresente Aursnes para o meio-campo e Neres a ser empurrado para a posição de falso 9, em detrimento de Musa, que começou a partida no banco de suplentes. Pelo meio o treinador do Benfica ainda foi forçado a tirar o lesionado Bah para lançar Tomás Araújo na lateral direita. Em jeito de resumo, as águias não beneficiaram com essa escolha de Schmidt. Um modelo híbrido - alternou entre o 4x3x3 e 4x4x2 losango - que mostrou deficiências ao nível de ligação.
No lado contrário, o Inter, de Inzaghi, soube interpretar na perfeição o jogo do adversário e explorou bem os momentos de transição defensiva das águias. E assim surgiu a primeira oportunidade da partida, quando, aos 11 minutos, Dumfries apareceu solto de marcação para desviar um passe bem medido de Çalhanoglu. Faltou um pouco de acerto ao defesa neerlandês.
Num raro momento de aproximação à baliza de Sommer, o Benfica aproveitou uma desatenção do tamanho do mundo da linha defensiva nerazzurri num lançamento de linha lateral para forçar o guarda-redes do Inter a aplicar-se: Aursnes apareceu sozinho na cara do helvético e atirou forte para defesa estupenda.
Entre a arte de anular as intenções do Benfica e o engenho de avançar no terreno apenas no momento certo, o Inter deu fortes sinais de que o empate não interessava. Aos 42 minutos, Barella esteve perto de dar a última pincelada a um belo desenho ofensivo dos italianos, mas esbarrou no sangue frio de Trubin. O Benfica (e Neres) ainda se queixou de uma grande penalidade, mas o árbitro não entendeu haver motivos para assinalar castigo máximo.
O empate chegou como um mal menor para as duas equipas. Era preciso mais para desbloquear o nulo em Milão
Barra, poste e... golo
O Benfica não regressou dos balneários. Sentido figurativo, claro. A equipa de Roger Schmidt voltou ao relvado, mas foi como se não tivesse aparecido. Já o Inter, bem o Inter apareceu em grande força e apostado em destruir o adversário. E isso só não aconteceu porque Lautaro não teve a mesma eficácia do passado fim de semana e Trubin mostrou, mais uma vez, que é guarda-redes para grandes jogos.
O princípio do fim dos encarnados começou aos 53 minutos. Tal como no primeiro tempo, Dumfries voltou a aparecer sozinho e voltou a não acertar bem na bola. Ufa, suspiravam os adeptos benfiquistas. Pouco depois, Lautaro acertou na trave e Barella atirou para defesa de Trubin. Novo suspiro. Sem tirar o pé do acelerador, o Inter continuou a carregar e sempre com Lautaro em foco. Depois de acertar no travessão foi a vez de atirar ao poste. Que sufoco!
A insistência do Inter e a apatia do Benfica foi uma combinação fatal para os visitantes. Aos 62 minutos, num contra-ataque letal, Dumfries surgiu na linha de fundo para cruzar atrasado para Marcus Thuram mostrar a Lautaro como se faz. 1-0 e muitos sorrisos nas bancadas.
O golo podia espicaçar de alguma forma as águias, mas um corpo dormente não reagiu. Otamendi primeiro, Trubin depois, evitaram o segundo golo que parecia certo a Lautaro, aos 73 minutos, e o avançado argentino ainda protagonizou mais um par de duelos individuais com Trubin até ao apito final. Não ganhou o 1x1 com o guarda-redes ucraniano, mas ganhou o jogo. E no final é isso que (mais) importa.
Melhor em campo Flashscore: Barella (Inter)