Recorde aqui as incidências do jogo
Deparado com uma desvantagem de dois golos na eliminatória, Frank Lampard surpreendeu ao deixar João Félix no banco e com Connor Gallagher no apoio a Havertz, o homem mais adiantado da formação londrina.
Por outro lado, Ancelotti não mexeu e apostou naquele que pode ser considerado o onze base com Modric, Kroos e Valverde atrás da frente de ataque composta por Rodrygo, Benzema e Vinicius Júnior.
Os Blues ficaram perto de relançar a eliminatória dentro dos primeiros 10 minutos através do (in)suspeito do costume: N'Golo Kanté. É cada vez mais visível a diferença que faz a capacidade física e empreendedora do francês no meio campo, pese embora a falta de confiança e ritmo de jogo, exemplificada pela oportunidade desperdiçada já dentro da grande área adversária, com um remate de primeira de pé esquerdo torto e enrolado para fora.
O bom filho a casa... defende
Estava melhor o Chelsea no arranque do jogo, com aproximações perigosas à área madrilena, mas esta equipa de Ancelotti tem tanto de magia como de cinismo. No primeiro lance de registo, Rodrygo disparou ao poste já dentro da grande área e, pouco depois, Vini Jr. apareceu no jogo com uma fuga pela esquerda e rematou para as mãos de Kepa.
Já perto do intervalo, o extremo brasileiro ficou a centímetros de desviar um cruzamento muito bom de Modric e, nos descontos, foi Courtois a segurar a vantagem do Real Madrid: Reece James fez um cruzamento rasteiro que atravessou a pequena área e encontrou Cucurella sozinho ao segundo poste. O espanhol, com tudo para fazer o golo, dominou e rematou à saída do antigo guarda-redes do Chelsea, que ergueu uma parede e impediu o golo inaugural.
Cinismo ou magia?
Rudiger ocupou o lugar de Alaba, mas os protagonistas do recomeço foram os mesmos. Militão, que estava a fazer uma exibição - e eliminatória - instransponível, bloqueou o golo certo de Kanté numa jogada de insistência. O Chelsea carregava, com Enzo Fernández e Havertz a tentarem a sua sorte para tentar quebrar a barreira espanhola.
Só que este Real Madrid é um predador silencioso. Os Blancos respiram um ar diferente em noites de Champions, um misto de frieza e transcendência em que as qualidades individuais se enaltecem em torno do coletivo. Perto da hora de jogo, os espanhóis começaram a bailar em ritmo de samba: Militão lançou a corrida de Rodrygo pelo flanco direito, o extremo ganhou a linha de fundo, tentou servir Benzema que falhou o remate, Vinicius recolheu a bola e devolveu ao compatriota que, na pequena área, fez o golo e desfez as dúvidas na eliminatória.
Enzo ainda tentou mudar a sorte dos anfitriões, mas voltou a esbarrar em Courtois e na outra área era novamente a magia canarinha que arrepiava as bancadas de Stamford Bridge. Rodrygo e Vini voltaram a combinar, com este último a deixar vários adversários para trás já na grande área e o primeiro serviu um remate tímido de Benzema para as mãos de Kepa.
Lampard foi ao banco buscar soluções: Félix, Sterling e Mudryk renderam Enzo, Gallagher e Cucurella, mas nem isso alterava o rumo dos acontecimentos até porque a inspiração estava toda do outro lado. A 10 minutos do fim, Vini Jr. serviu Valverde em zona promissora, o uruguaio fintou dois adversários no caminho até Kepa e serviu Rodrygo que só teve de empurrar para o fundo das redes.
Na última oportunidade do encontro, Mudryk fez uso da velocidade para fugir a Nacho e isolar-se perante Courtois, mas à saída do belga rematou para fora. O Real Madrid segue assim o caminho à conquista da 15.ª orelhuda, enquanto o Chelsea regressa à realidade do pesadelo doméstico e despede-se da Champions, provavelmente, até daqui a duas temporadas.
Homem do jogo Flashscore: Éder Militão (Real Madrid).