Regressos
Em relação ao empate com o Gil Vicente, Vítor Campelos fez apenas uma alteração na equipa do Chaves. João Correia entrou para o lugar de Euller, no trio da frente, ele que tinha vindo a atuar no lado direito da defesa.
No Benfica, Otamendi regressou após cumprir castigo na Liga dos Campeões e fez dupla com António Silva no centro da defesa. Neres entrou para o ataque, com Aursnes a baixar para o meio-campo e suprir a ausência de Florentino, castigado.
Transmontanos irredutíveis
A atravessar aquela que é a pior fase da temporada, o Benfica quis colocar rapidamente para trás quaisquer dúvidas ou fantasmas que pudessem surgir. Pressionantes e com intensidade, as águias tentaram chegar com perigo à área do Chaves, provocando desequilíbrios pelas faixas – Grimaldo no lado esquerdo, Neres e Gilberto no lado direito.
Uma estratégia que funcionou até à hora de finalizar. António Silva foi o espelho disso mesmo, quando, aos 30 minutos, apareceu na zona da marca de penálti após cruzamento atrasado de Gilberto, mas disparou por cima. Feitas as contas, as águias visaram a baliza transmontana em oito ocasiões, mas nenhuma delas saiu enquadrada, muito por culpa da muralha montada à frente de Paulo Vítor.
O Chaves gozou de um período de alguma estabilidade para o final do primeiro tempo, com mais posse de bola e criando alguma ansiedade ao Benfica, mas não conseguiu aproveitar para incomodar Vlachodimos.
Reveja aqui as principais incidências da partida
A toda a velocidade
O segundo tempo abriu com uma grande oportunidade para cada equipa. Com a mesma receita do primeiro tempo, Grimaldo surgiu pela esquerda, cruzou atrasado e João Mário (47 minutos) rematou e Bruno Langa cortou em cima da linha de golo e na recarga, Paulo Vítor voltou a negar o internacional português.
A resposta surgiu na velocidade de Juninho. O avançado flaviense agarrou na bola ainda no meio-campo defensivo, deixou Otamendi por terra na velocidade, mas na hora de finalizar, Vlachodimos negou-lhe a festa com uma grande defesa.
Água mole não furou a pedra dura
O segundo tempo, como seria de esperar, foi todo dominado pelo Benfica no que toca à posse de bola. Contudo, as águias sentiram sempre muita dificuldade em entrar dentro da área transmontana, com as principais estrelas – João Mário, Gonçalo Ramos, Rafa Silva e David Neres – a apresentarem um claro défice de rendimento.
Uma das equipas mais empolgantes da primeira metade do campeonato, o Benfica apresentou um futebol vazio de ideias em Trás-os-Montes, muito dependente de rasgos individuais para tentar contornar uma autêntica muralha que Vítor Campelos ergueu à frente de Paulo Vítor. Para tentar solucionar isso, Aursnes (75 minutos) ainda tentou um disparo de fora da área, após uma bola perdida, mas saiu ao lado.
Mas longe do Chaves se ter mostrado uma equipa unicamente concentrada no processo defensivo. Sempre que existiu a possibilidade, o conjunto transmontano mostrou personalidade, tentou descansar com bola e criar situações de perigo. Héctor Hernández (90+1 minutos) viu-se mesmo na cara de Vlachodimos, mas quis passar e a bola foi afastada.
No seguimento desse lance, o Benfica teve um canto, Otamendi aproveitou um mau alívio de Nélson Monte, mas Paulo Vítor segurou a baliza a zeros.
Erro fatal
Tudo parecia indicar que o nulo ia persistir em Trás-os-Montes, quando caiu um balde de água fria no Benfica. Aos 90+4 minutos, o capitão Otamendi escorregou e viu Abass ficar com a bola, na cara de Vlachodimos, o médio flaviense não desperdiçou e fez o golo da vitória.
O apito final de João Pinheiro significou a terceira derrota consecutiva do Benfica esta época, situação inédita. As águias lideram com 71 pontos, mais sete que o FC Porto, mas os dragões ainda vão jogar com o Santa Clara esta ronda. Já o Chaves está no 10.º lugar, com 36 pontos
Homem do jogo Flashscore: Paulo Vítor (Chaves)