Recorde as principais incidências
Depois de cinco empates consecutivos, em Vila do Conde viviam-se tempos atípicos. O vento não soprava, a chuva não caia, mas também não fazia sol. Tudo isto de forma metafórica, diga-se, uma vez que até esteve um dia tranquilo na zona do Estádio dos Arcos.
Com resultos que, como se diz na gíria, "não são carne nem peixe", o Rio Ave manteve-se na luta pela permanência, apesar de o calendário mostrar os tais cinco jogos sem derrotas, com adversários dignos de registo - Sporting, SC Braga e Moreirense, por exemplo.
Mesmo nas bancadas, depois de ver o quinto cartão amarelo na última jornada, Luís Freire queria ver algo diferente na equipa vila-condense e os sinais dados antes da partida terão sido suficientes para os seus jogadores, que não sentiram falta do treinador junto à linha lateral.
O mesmo não aconteceu com o Gil Vicente, que depois de uma recuperação interessante entrou numa espiral negativa que pode ser complicada na fase decisiva da temporada. Vítor Campelos assistiu ao jogo mais de perto, mas em certos momentos certamente teria preferido esconder-se num cantinho do balneário, tal foi a má exibição gilista na primeira parte.
Ao sabor do vento, o Rio Ave entrou forte e desde cedo se percebeu que os ares sopravam na direção da baliza de Andrew, que sofreu o primeiro susto logo aos cinco minutos, com Costinha a aparecer pela direta para rematar à figura do guardião gilista.
O aviso não ficou por aqui e através dos flancos o Rio Ave encontrou sempre espaço para criar situações de perigo. Andrew voltou a intervir para evitar o golo de Joca, contando aí com o auxílio importante de Gabriel Pereira, mas não conseguiu evitar o 1-0.
João Teixeira (30') apareceu no sítio certo para finalizar mais uma iniciativa de Costinha pelo flanco direito, estreando-se a marcar pelo Rio Ave, logo com o pé esquerdo, o pior pé do médio contratado no mercado de inverno pelos vila-condenses.
Ao sabor do vento, o Rio Ave foi aproveitando a maré - positiva, no caso da equipa de Luís Freire, mas bem negativa na formação gilista - para chegar ao 2-0. Houve menos arte na jogada, mas um penálti por mão de Martim Neto na sequência de um livre direto acabou por permitir o golo de Aziz em cima do intervalo (43').
Quando os ventos dificultam, o mais natural é procurar alternativas para os contrariar, ora por utensílios adquiridos junto ao areal, ora pela mudança de planos. Vítor Campelos optou pela segunda opção, até porque não é possível fazer aquisições fora do mercado de transferências, muito menos a meio de uma partida.
Maxime Domínguez e Zé Carlos foram a jogo ao intervalo e até parecia que o Gil Vicente trazia novas ideias para a segunda parte, mas o Rio Ave, com a linha subida, evitou problemas com uma facilidade pouco expectável pelos gilistas.
Se o resultado parecia controlado, ficou ainda mais quando Tidjany Touré viu o segundo amarelo após pisão sobre Tanlongo (61').
E quando o vento nos dá sinais, às vezes o melhor é mesmo voltar para casa. É que, logo após a expulsão, Joca (63') apareceu ao segundo poste para fazer o 3-0. Sábado não era mesmo dia para cantar de galo - basta ver o golo anulado a Nicolás Domínguez, no último minuto de jogo, após boa combinação na sequência de um canto.
Homem do jogo Flashscore: Joca (Rio Ave)