David De Gea, do Manchester United, teve mais uma exibição para esquecer este domingo, naquela que está a ser uma temporada de má memória para o guarda-redes.
O espanhol teve responsabilidade no golo decisivo que custou a derrota por 1-0 frente ao West Ham, ao não conseguir defender um remate de longe de Said Benrahma. De Gea mergulhou e deveria ter parado o remate com facilidade, mas deixou a bola escapar, permitindo que os anfitriões se colocassem em vantagem.
Na segunda parte, quase cometeu outro erro desastroso ao não conseguir afastar um cruzamento para a sua área que acabou no fundo das redes. Para sua sorte, o árbitro assinalou uma falta após um leve toque de Michail Antonio.
A exibição colocou novamente em questão a sua posição nos red devils. O seu atual contrato expira no final da presente temporada e, até ao momento, ainda não foi acordado um novo vínculo.
Um grande obstáculo entre as duas partes é o salário de 375 mil libras por semana. O United não está interessado em oferecer condições semelhantes e, objetivamente, compreende-se porquê.
Embora De Gea possa estar a liderar o número de jogos sem sofrer golos na Premier League esta época (15), o seu desempenho individual tem deixado muito a desejar. Podemos realçar este facto olhando para os seus dados de xG após remate (PSxG) da época da Liga inglesa até agora.
O PSxG é uma métrica que determina a qualidade de uma oportunidade de remate. Tem em conta uma série de fatores, incluindo a distância em relação à baliza, o ângulo do remate, o ritmo do esforço, a forma como foi assistido e a parte do corpo utilizada para atingir a bola. Isto é feito utilizando dados históricos de remates.
Ao utilizar estes dados, podemos analisar melhor se um guarda-redes deveria ter sofrido mais ou menos golos com base na qualidade dos remates que sofreu. Até agora, nesta época, De Gea teve um desempenho de -1,7 golos.
Na Premier League, 18 guarda-redes que jogaram mais de 500 minutos na prova tiveram um desempenho melhor esta época. O líder desse grupo de 18 é Alisson, do Liverpool, com um desempenho de +9,3, destacando a grande diferença de qualidade entre os dois números um de cada um dos rivais.
Não só o desempenho de De Gea em termos de defesas está em declínio, como também subsistem preocupações razoáveis quanto à sua distribuição de jogo e à capacidade de fornecer o que o treinador Erik ten Hag precisa do seu guarda-redes para ajudar a implementar as suas ideologias centradas na posse de bola em Old Trafford.
Com a sua estadia de 12 anos em Manchester a parecer cada vez mais provável de terminar, o Flashscore elegeu três guarda-redes que o Manchester United poderia procurar para o substituir este verão.
David Raya - Brentford
Raya tem sido associado ao United há vários meses e é fácil perceber porquê. Compatriota de De Gea, é, aos 27 anos, jogador da seleção espanhola, tendo feito sua estreia em março do ano passado durante uma vitória por (2-1) sobre a Albânia.
É cinco anos mais novo do que o guardião do United, mas, mais importante do que isso, tem uma enorme vantagem sobre o colega de profissão quando se trata de jogar com os pés: nenhum guarda-redes da Premier League deu mais passes do que o seu total de 1.237 até agora nesta temporada.
Raya seria muito mais adequado ao estilo de jogo que Ten Hag procura implementar, além de que o seu desempenho de +3,6 em termos de PSxG o destaca também como um guarda-redes muito bom.
Jordan Pickford - Everton
Aos 29 anos, Pickford tem sido um dos destaques do Everton nesta temporada, apesar da péssima campanha da equipa.
Ostenta um PSxG semelhante ao de Raya (+3) e fez uma série de grandes defesas para ajudar a manter os toffees vivos na luta contra o rebaixamento - nenhuma talvez maior do que a defesa do penálti cobrado pelo companheiro de seleção inglesa, James Maddison, na semana passada, no empate (2-2) contra o Leicester.
A importância do guarda-redes para o Everton foi reforçada no início do ano, quando assinou um novo contrato de quatro anos com o clube. No entanto, se o emblema de Liverpool, que está ameaçado pela despromoção, acabar por descer ao Championship, Pickford poderá estar disponível por um preço atraente.
O guardião já mora em Cheshire, nos arredores de Manchester, e ficaria certamente interessado numa mudança, especialmente porque a mesma ajudaria a que estabilizasse a sua posição como primeira escolha da Inglaterra de Gareth Southgate.
Diogo Costa - FC Porto
Diogo Costa é outro dos nomes que têm sido fortemente associados a uma transferência para Old Trafford e há rumores de que os olheiros do United já o observaram em várias ocasiões nesta temporada.
Ao contrário do já mencionado Pickford, não há nenhuma redução de presso para adquirir os seus serviços e, na verdade, o guarda-redes de 23 anos assinou um novo contrato com o FC Porto no início da temporada, aumentando a sua cláusula de rescisão para os 75 milhões de euros.
Isso significa que o United teria de desembolsar uma boa quantia para o contratar, mas é possível argumentar que o jogador valeria a pena. Apesar da juventude, já conquistou cinco troféus nacionais e ganhou uma valiosa experiência na Liga dos Campeões.
O seu PSxG é melhor do que qualquer um dos guarda-redes acima mencionados (+5,3) e tem também uma média de 1,21 ações defensivas fora da sua área por cada 90 minutos esta época.
Este último dado indica a coragem para sair da sua linha e passar por trás da linha defensiva alta da equipa, algo que impressionará particularmente Ten Hag. Para efeito de comparação, De Gea tem uma média de apenas 0,85 ações defensivas fora da sua área por 90 nesta temporada.
Diogo Costa parece ter o "pacote completo" e ainda está longe da sua melhor idade, o que deve torná-lo um investimento potencial altamente atraente do ponto de vista do Manchester United.