O famoso episódio do cartão "Cristiano Ronaldo" parece ter tido finalmente o seu epílogo. De acordo com os árbitros desportivos Villa, Sacchi e Cantamessa, de facto, a Juventus terá de pagar 9.774.166,66 milhões de euros (mais juros) a Cristiano Ronaldo. Trata-se de um montante líquido devido ao futebolista português, relativamente aos salários mensais não pagos durante a pandemia.
O litígio entre Cristiano Ronaldo e o seu antigo clube refere-se a alguns pagamentos mensais que o jogador não recebeu, devido à manobra salarial, durante o período de Covid-19. Cristiano Ronaldo tinha exigido quase o dobro, mas o montante que a Juventus terá de pagar de indemnização foi reduzido para metade porque, segundo a arbitragem, a culpa foi do jogador.
O acórdão
"O Conselho de Arbitragem, decidindo definitivamente, rejeitando ou absorvendo todas as demais questões, pedidos e objeções, incluindo as das partes,
1) acolhendo o pedido formulado "a título subsidiário extremo" por Cristiano Ronaldo Dos Santos Aveiro, apura a responsabilidade pré-contratual do réu pelos motivos expostos na narrativa e, em consequência, considerando a culpa contributiva imputável ao autor, condena a Juventus F.C. S.p.A. a pagar a Cristiano Ronaldo Dos Santos Aveiro a quantia de 9.774.166,66 euros, com atualização desde a data do vencimento e juros legais desde o pedido até à liquidação sobre a quantia anualmente actualizada
2) compensar integralmente entre as partes os custos de defesa, para além dos custos do Conselho de Arbitragem já liquidados nos despachos proferidos no decurso do processo, e fixá-los solidariamente à razão de 50% cada. Roberto Sacchi, na conferência pessoal dos árbitros em Milão, nas datas de 15 de fevereiro de 2024, 22 de fevereiro de 2024, 7 de março de 2024 e 10 de abril de 2024".
A reação da Juventus
A Juventus reagiu à decisão após as decisões do Collegio Arbitrale sobre o caso Cristiano Ronaldo ao final da noite desta quarta-feira.
"Os árbitros, em decisão maioritária, reconheceram a validade do acordo de redução da indemnização do ex-jogador na época futebolística 2020/21 e constataram a inexistência de qualquer acordo de integração celebrado entre as partes, considerando, por isso, que o denominado acordo de integração não foi celebrado. Assim, indeferiram os pedidos do ex-jogador de nulidade do acordo de redução da indemnização e de cumprimento do acordo de integração ", lê-se na nota do clube.
"Indeferiram ainda o pedido de anulação do acordo de redução da indemnização, constatando a ausência de dolo por parte do clube, cuja conduta não afetou a vontade do ex-jogador em assinar o referido acordo de redução; julgou parcialmente procedente o pedido formulado a título subsidiário extremo por Ronaldo, estabelecendo a responsabilidade pré-contratual da Juventus decorrente do insucesso da negociação e condenou ao pagamento de uma quantia de cerca de 9,8 milhões de euros (correspondente a metade do pedido, igual a cerca de 19,6 milhões)."
Desta forma, refere a Juventus, o clube, "também com o apoio dos seus advogados, está a analisar a decisão do Conselho de Arbitragem, reservando todas as avaliações e iniciativas para proteger os seus direitos".