Com Endrick, seu companheiro de equipa no Verdão, e Vitor Roque a assinarem contratos com os dois maiores clubes de Espanha (Real Madrid e Barcelona), o Brasil já está à procura da próxima grande promessa para dar o salto para a Europa num futuro próximo.
Na rampa de saída está o promissor extremo Estêvão Willian, do Palmeiras, que já se estreou na equipa principal do clube paulista. Apesar do interesse crescente, "Messinho", como é conhecido no seu país, é um rapaz humilde, que está focado em fazer sucesso no verde antes de dar o próximo passo na sua carreira.
Apesar de não gostar do apelido, ele admite que a sua maior referência é o craque argentino do Inter de Miami. Pelo menos é o que ele costuma dizer quando lhe perguntam quem mais inspirou seu estilo de jogo.
Ele é elétrico, rápido e muito habilidoso, o que despertou a curiosidade de alguns dos principais clubes do continente. Após a sua estreia a 7 de dezembro de 2023, já realizou os seus primeiros cinco jogos pelos seniores do Palmeiras e deu uma assistência num total de 87 minutos.
Grande trabalho na formação
Não é por acaso que o Palmeiras produziu dois jovens craques (Estêvão e Endrick) num espaço de tempo tão curto. Pelo menos é o que pensa o editor sénior do Flashscore Brasil, Daniel Ottoni, a quem pedimos para completar esta análise dos novos talentos emergentes de São Paulo.
"O Palmeiras reforçou a sua base nos últimos anos. Com isso, surgiram algumas joias como Endrick e Estêvão. Há outros jogadores no clube que já estão a atrair o interesse do futebol europeu", diz o jornalista.
Grande parte da culpa pelo sucesso das categorias de base do Verdão é de João Paulo Sampaio. Ele é o diretor das categorias de base do clube paulista e concordou em responder às nossas perguntas sobre o miúdo que encanta boa parte dos adeptos.
O responsável pela formação dos jogadores mais jovens do Palmeiras só tem boas palavras para essa joia de 16 anos: "É um miúdo de boa origem, com excelente educação e humildade. É um menino de boa origem, excelente educação e humildade. É muito bom em grupo e com as pessoas", explica, deixando claro que sua grandeza vai além do campo de jogo.
No plano desportivo, Sampaio não se coíbe de afirmar que Estêvão está destinado a ser grande, com base no que tem visto até agora: "Tem talento e potencial para ser um vencedor da Bola de Ouro da FIFA", diz.
O melhor de cada casa
Falar de bolas de ouro sem ter saído do Brasil e com menos de 90 minutos como profissional pode parecer arriscado. No entanto, basta ver o desempenho do jogador da seleção sub-17 em campo para perceber a confiança com que é elogiado.
As suas diagonais de condução, com fintas intermináveis, a partir do flanco direito em direção ao interior da área fazem lembrar o melhor Leo Messi do Barcelona. Por outro lado, a capacidade que demonstra para se livrar dos adversários com qualquer tipo de filigrana, e a sua aparente fragilidade física, evocam o Neymar que cativou o mundo quando era adolescente no Santos.
"Prefere jogar no flanco direito, mas também já jogou e treinou por dentro, como médio atrás dos jogadores interiores, entre as linhas", disse-nos João Paulo Sampaio durante a nossa conversa com ele.
O jovem evita qualquer comparação e insiste que existe apenas um Estêvão, mas é inevitável ver nele outras figuras cuja essência emana de dentro. O diretor da escolinha palmeirense é bem claro sobre o porquê de algumas dessas comparações.
"A comparação com Neymar deve-se ao seu físico mais magro e ao facto de, aos 15 anos, ter encantado toda a gente. A sua maturidade física virá mais tarde", diz, antecipando que o melhor ainda está para vir.
O nosso colega Daniel Ottoni prefere deixar o tempo decidir se o jovem paulista é tão bom quanto os homens com quem tem semelhanças: "Ainda não o vi o suficiente para fazer esse julgamento. Mas ele tem algumas coisas a seu favor, como a habilidade e a capacidade de avançar. Não sou grande fã destas comparações, por vezes são desproporcionadas, ainda mais para um rapaz tão novo. Cada um é diferente", diz o editor do Flashscore Brasil.
Talento em abundância
Até ao momento, as oportunidades de Estêvão ao mais alto nível são escassas, mas já mostrou sinais de qualidade suficientes para saber que é um jogador muito especial nas oportunidades que Abel Ferreira lhe tem dado.
Destaca-se pela sua coragem no desarme, que faz lembrar o seu compatriota Vinícius do Real Madrid. Não tem medo de errar e não se importa de ter à sua frente o defesa mais experiente, pois nunca tem medo de driblar. É muito polivalente e dispõe de ferramentas quase ilimitadas quando se trata de encontrar saídas para a área.
Sampaio, que o conhece bem, revela que se trata de um jogador muito completo, que não contribui apenas para o ataque: "É um jogador com uma técnica e uma leitura de jogo acima da média. É um jogador com uma técnica e uma leitura de jogo acima da média. É muito bom rematador e perfurador e faz a diferença nas situações de bola parada! Compete bem na defesa e é muito forte mentalmente".
"Fisicamente, ainda está a evoluir, mas graças à sua técnica e velocidade, já está a compensar isso no futebol profissional", acrescenta sobre Estêvão, que se apresenta muito bem para as futuras janelas de transferências.
Por fim, vale ressaltar que a mentalidade do craque do Palmeiras é praticamente indestrutível, o que é um problema para os adversários: "Ele é sempre protagonista quando recebe a bola, sabendo que vai acontecer algo bom para a equipa dele e algo perigoso para o adversário. Ele procura muito o golo!", completa o diretor da base do verdão.
Estêvão já está a dar o que falar dentro de campo. A Europa está à sua espera. Resta esperar para ver qual gigante europeu conseguirá contratar a próxima estrela brasileira em ascensão depois de Endrick e Vitor Roque.