É difícil avaliar os Brave Warriors. Para a sua 4.ª participação, a primeira desde 2019, os namibianos pretendem, antes de mais, fazer melhor do que há cinco anos, quando foram eliminados de um grupo muito difícil (Marrocos, Costa do Marfim, África do Sul) com três derrotas. Em nove jogos da fase de grupos, a Namíbia apenas empatou duas vezes. Vencer um desses jogos já seria muito satisfatório para uma equipa com jogadores sobretudo do campeonato local e nos vizinhos África do Sul e Botsuana.

Após o empate a 0-0 com Gana na última segunda-feira, a Namíbia parece mais difícil do que parece. Para o técnico Collin Benjamin, que jogou no Hamburgo e encerrou a carreira no Munique 1860 antes de se tornar técnico das equipas jovens e assistente da seleção principal, "a equipa tem personalidade".

"A minha equipa tem vontade. Ter estas oportunidades contra uma equipa muito boa como o Gana prova que podem jogar a este nível. Isso é  uma vantagem para nós: dá-nos esperança de que podemos criar essas oportunidades", disse, no final da partida.

Num Grupo E que inclui a Tunísia, o Mali e a África do Sul, são as virtudes da solidariedade que permitirão aos Brave Warriors competir com estas três grandes nações do continente.

"A minha equipa fez um jogo muito bom", afirma o técnico que foi nomeado para o prémio de melhor treinador da CAF em novembro passado.

"Os jogadores fizeram isso coletivamente, com muita energia, entusiasmo e convicção, e estou orgulhoso disso. No primeiro tempo, acho que criámos algumas chances muito boas e poderíamos até ter vencido por 2-0". 

Benjamin, que foi promovido a assistente técnico em 2022, ajudou a Namíbia a crescer, como mostram os resultados: um empate 1-1 e uma vitória por 2-1 sobre Camarões em março de 2023, um empate 0-0 no particular contra a África do Sul e uma derrota apertada por 1-0 com a Guiné Equatorial. Apenas a derrota para o Burundi (3-2), que não teve efeito sobre a classificação, ofuscou um pouco o quadro, apesar de os seus jogadores quase terem recuperado de uma desvantagem de 3-0 nos primeiros 19 minutos.

Jogador em destaque: Peter Shalulile

Capitão dos Brave Warriors e força ofensiva mais poderosa do país, Peter Shalulile fez uma campanha brilhante na qualificação, marcando quatro golos em quatro jogos. O avançado do Mamelodi Sundowns da África do Sul, com o qual ultrapassou a marca dos 100 golos, está num bom momento, com nove golos e duas assistências em 19 jogos em todas as competições. Estes resultados estão em linha com os da época anterior, quando marcou 23 golos e fez cinco assistências em 34 jogos. Nomeado pela CAF como um dos 10 melhores jogadores do continente, Shalulile está em plena forma aos 30 anos.

A lista de convocados

Guarda-redes : Lloydt Kazapua (Chippa United/AFS), Kamaijanda Ndisiro (African Stars), Edward Maova (Tuks/AFS)

Defensores: Ananias Gebhardt (Baroka/AFS), Ryan Nyambe (Derby County/ANG), Riaan Hanamub (Amazulu/AFS), Erasmus Ikeinge (Khomas Nampol), Kennedy Amutenya (Gaborone United/BOT), Denzil Haoseb (Khomas Nampol), Charles Hambira (African Stars), Aprocious Petrus (Liria Prizren/KOS), Ivan Kamberipa (Orapa United/BOT), Lubeni Haukongo (Cape Town Spurs/AFS)

Meio-campistas: Ngero Katua (UNAM), Romeo Kasume (Matebele/BOT), Marcel Papama (Township Rollers/BOT), Petrus Shitembi (Kaching City/MAL), Prins Tjiueza (Liria Prizren/KOS), Uetuuru Kambato (African Stars)

Atacantes : Wendell Rudath (Jwaneng Galaxy/BOT), Absalom Iimbondi (Khomas Nampol), Erastus Kulula (Blue Waters), Edmar Kamatuka (UNAM), Peter Shalulile (Mamelodi Sundowns/AFS), Deon Hotto (Orlando Pirates/AFS), Joslin Kamatuka (Maritizburg United/AFS), Bethuel Muzeu (Black Leopards/AFS), Junior Petrus (Liria Prizren/KOS)