A derrota desoladora há quatro anos diante da Bélgica nos oitavos de final, quando venciam por 2-0 e acabaram por perder 3-2 com um golo no último minuto dos descontos, ainda assombra o Japão e o veterano defesa Yuto Nagatomo disse que os japoneses estão desesperados pela redenção.
"Eu nunca esqueci essa batalha contra a Bélgica. Às vezes vêm-me à cabeça momentos desse jogo e os últimos quatro anos foram muito duros", revelou o lateral, que está a participar no seu quarto Mundial, em conferência de imprensa.
"Mas penso que crescemos mentalmente, assim como fisicamente e... do que eu vejo, esta equipa é a melhor e a mais forte que alguma vez representou o Japão num Mundial. Por isso, amanhã (segunda-feira) temos toda a intenção de vencer a Croácia e desfrutar de uma nova paisagem. Estou ansioso por gritar: Bravo!", prosseguiu.
O antigo jogador do Inter de Milão admitiu ainda ter começado a gritar a palavra italiana "Coraggio!" ("Coragem!") em uníssono com os jovens jogadores no início do torneio para enfatizar a necessidade de jogarem de peito aberto.
Nagatomo, que acredita que o Japão tem o plantel mais unido do Mundial, disse também que se inspirou em referências culturais japonesas para conseguir passar a mensagem.
"Uso a analogia dos Samurai, antes de irem para a batalha, eles afiam e limpam as suas armas e tentam melhorar as suas técnicas. Mas se tiverem medo durante a batalha, não serão capazes de usar a 100% essas armas e técnicas", apontou.
"De forma a maximizarmos todas as táticas que temos estado a discutir e treinar nos últimos quatro anos, precisamos de coragem. Então amanhã (segunda-feira), queria mesmo muito mostrar o quão corajosamente estamos a lutar".
Nagatomo indicou que vencer a Alemanha (2-1) e a Espanha (2-1) para chegar à liderança do grupo deu à equipa uma grande confiança, antes de tentarem vencer um jogo dos oitavos pela primeira vez em quatro tentativas.
O selecionador, Hajime Moriyasu, admitiu que também tentou imbuir aos jovens jogadores japoneses a história do país no Campeonato do Mundo, incluindo a (malfadada) derrota com a Bélgica, de forma a que percebessem o significado do que estão a tentar alcançar.
"Temos uma longa história de participar no Mundial. Temos muita experiência e vamos usar todas as lições que aprendemos no jogoo de amanhã, todas as coisas que fizemos enquanto uma nação de futebol", vincou.