Darmanin, um duro orador de direita, com projetos para a presidência francesa, criticou Benzema depois de o antigo avançado francês e vencedor da Bola de Ouro de 2022 ter publicado no X (antigo Twitter), em meados de outubro, uma mensagem de apoio à população de Gaza, vítima de "bombardeamentos injustos" levados a cabo por Israel, em retaliação ao ataque do Hamas de 7 de outubro.
Darmanin reagiu ao post de Benzema alegando que o jogador "tem uma ligação notória com a Irmandade Muçulmana", um grupo islamista muçulmano sunita com origem no Egito.
A queixa de Benzema, apresentada pelo advogado Hugues Vigier, e a que a AFP teve acesso, diz que estas afirmações "minam" a honra e a reputação do jogador.
Na queixa, Benzema, que joga no Al-Ittihad da Arábia Saudita e é muçulmano, afirma que "nunca teve a mais pequena ligação com a organização dos Irmãos Muçulmanos, nem, tanto quanto sabe, com qualquer pessoa que se afirme membro da mesma".
E acrescenta: "Estou consciente da medida em que, devido à minha notoriedade, estou a ser utilizado em jogos políticos, que são tanto mais escandalosos quanto os acontecimentos dramáticos ocorridos desde o dia 7 de outubro mereciam algo bem diferente deste tipo de declarações".
Em outubro, Darmanin disse que não tinha "nada contra" Benzema, mas que era "espantoso" que o futebolista não tivesse publicado nada em apoio dos israelitas mortos no ataque do Hamas, ou do professor francês esfaqueado até à morte por um ex-aluno islamita no início deste mês.
"Pedi-lhe publicamente que escrevesse um tweet a favor do professor que, sem qualquer motivo, morreu por causa do terrorismo islâmico e ele não o fez", afirmou o ministro durante uma visita a Abu Dhabi.
Darmanin referiu-se também à recusa de Benzema em cantar o hino nacional quando jogava pela França e ao seu "proselitismo nas redes sociais".
A queixa foi apresentada à Cour de justice, o único tribunal francês competente para julgar membros do governo por infrações cometidas no exercício das suas funções.