São apenas 21 pontos, mas são suficientes para lançar dúvidas. Ao fim de três fins-de-semana, Pecco Bagnaia está atrás de Jorge Martín, o vice-campeão de 2023, que lhe deu muito trabalho até Valência. Embora ainda haja 18 corridas no calendário e todos os jogos estejam longe de terminar, as primeiras críticas surgiram, apesar de os testes em Sepang e Lusail terem sido particularmente convincentes.
"O facto é que nos testes da Malásia e do Catar não encontrámos qualquer problema deste tipo, estava tudo perfeito, e assim que começámos a correr nos fins-de-semana começámos a ter problemas," explicou o piloto da Ducati, que parece já ter dominado os desenvolvimentos da sua Desmosedici GP24: "É muito difícil analisar num espaço de tempo tão curto, mas a minha confiança na minha equipa é muito elevada e sei perfeitamente que se mantivermos a calma que sempre tivemos, vamos resolver tudo".
Uma Desmosedici GP24 ainda por domar
Quarto classificado na corrida de sprint e vencedor do Grande Prémio inaugural do Catar, Bagnaia geriu o fim de semana de forma magistral, aumentando a pressão sessão após sessão até à sua vitória no Domingo. Depois de mais um quarto lugar no sábado em Portimão, um erro de pilotagem na batalha com Marc Márquez na 23.ª volta do Grande Prémio travou a máquina, com o "Martinator" a perder 25 pontos de uma só vez.
8.º no sábado em Austin, 5.º no Grande Prémio: o piloto de Turim voltou a perder terreno para o seu rival espanhol, que preferiu olhar para o seu total de pontos no final de um GP das Américas que ele temia, em vez de medir a diferença para Bagnaia: "Não estou a olhar para isso neste momento, não gosto de pensar nisso. Estou contente por já termos 80 pontos, o que não é mau. Penso que devemos estar satisfeitos e continuar nesta trajetória. Estamos a trabalhar muito bem, concentrados em nós próprios e a melhorar os resultados do ano passado".
O Diretor Geral da Ducati Corse, Gigi Dall'Igna, comparou o desempenho do líder da equipa oficial com o do seu companheiro de equipa Enea Bastianini, que teve um início de temporada bastante encorajador: "Ao contrário de Enea, ele teve um bom começo no primeiro terço da corrida, mas depois o seu ritmo tornou-se menos eficaz e teve de lutar para ficar em quinto lugar, o que certamente não foi suficientemente bom para ele. Foi um resultado escasso entre o sprint e o Grande Prémio, sem pódio, e um fim de semana para pôr de lado e pensar no próximo desafio".
O regresso ao Velho Continente era aguardado com grande expetativa por Bagnaia, que pretendia aproveitar os dez dias que tinha pela frente para continuar a desenvolver a sua máquina, que tão bem tinha feito em 2023: "Vamos tentar analisar tudo e ter um melhor fim de semana em Jerez, mas é certo que vamos ter de corrigir as coisas, porque neste momento já tivemos dois fins-de-semana seguidos em que estivemos em dificuldades".
Embora no início da época parecesse óbvio que já tinha compreendido tudo sobre a sua nova mota, é evidente que ainda tem alguns ajustes a fazer.
Como de costume, o piemontês começou o seu fim de semana em Jerez com um ritmo de piano, estabelecendo o 12.º tempo na primeira sessão de treinos livres, uma posição em linha com os seus melhores tempos anteriores (10.º no Catar, 13.º em Portugal, 11.º nos Estados Unidos). O bicampeão do mundo está habituado a subir de nível e tem como objetivo a terceira coroa consecutiva na categoria rainha.