O Catar entrava em campo para a despedida do Mundial-2022, depois das derrotas consentidas nos dois primeiros jogos, e Félix Sánchez promoveu uma única substituição na equipa inicial, lançando Abdulaziz Hatem e abdicando de Karim Boudiaf, com Pedro Ró-Ró a manter-se como defesa central do lado direito no sistema de 3x5x2.
Pelo histórico e também pelo contexto atual, o favoritismo estava, à partida, amplamente do lado do conjunto europeu, mas, como se esperava, Louis van Gaal jogou pelo seguro, ajustando apenas duas peças no onze inicial, com a aposta em Marten de Roon e Memphis Depay para os lugares de Teun Koopmeiners e Steven Bergwijn.
O encontro arrancou animado e, no espaço de três minutos, ambas as seleções tentaram visar a baliza contrária. Começou o Catar, com um remate de Hasan Al Haydos para defesa fácil de Andries Noppert e responderam os Países Baixos, com tentativa de Daley Blind, que atirou por cima. Pouco depois, foi a vez de Memphis tentar a sua sorte, num remate de ressaca já dentro da grande área que não acertou novamente no alvo.
Estavam melhor os Países Baixos, com notória vantagem na possa de bola, mas sem conseguirem acelerar na fase de criação numa altura em que o ritmo do jogo esfriava. Isso deixava confortável a defesa catari, que ia contendo as investidas contrárias e, a espaços, promovia aos homens da frente a chegada ao terço ofensivo, como aos 25 minutos, altura em que Abdelkarim Hassan, na sequência de um canto, rematou por cima.
O lance serviu de aviso para os comandados de van Gaal, que, no minuto seguinte, chegaram à vantagem. Depois de boa combinação atacante, com combinações curtas, Cody Gakpo encontrou espaço em zona central e, de pé direito, rematou colocado para abrir o ativo, confirmando o seu terceiro golo no mesmo número de jogos na prova e tornando-se no primeiro neerlandês da história a marcar nos primeiros três jogos da sua seleção num Campeonato do Mundo.
O golo apareceu, mas não serviu para aquecer o ambiente de um encontro que, a certa altura, parecia servir apenas para cumprir calendário. Os Países Baixos estavam em vantagem e confortáveis na partida, enquanto o Catar procurava, com as armas à disposição, contrariar o poderio do adversário, mas sem sucesso.
Até ao intervalo, nota apenas para mais um remate para cada lado. Ismaeel Mohammad primeiro, para intervenção segura de Noppert, e Memphis depois, em cima do descanso, a atirar ao lado.
A primeira parte terminou com ritmo lento, mas a segunda abriu com golo. Ao minuto 50, Davy Klaassen cruzou desde a direita, a bola desviou num defesa catari, Memphis, ao segundo poste, rematou para defesa de Meshaal Barsham e Frenkie de Jong, na recarga, ampliou a vantagem neerlandesa.
A partir daqui, foi gerir (ainda mais). Perto do minuto 70, Steven Berghuis ainda voltou a introduzir a bola na baliza contrária, mas viu o golo invalidado por mão na bola de Gakpo, no início da jogada. Pouco depois, Denzel Dumfries forçou pela direita do ataque e, com um cruzamento rasteiro que desviou em Abdelkarim Hassan, quase traía Barsham, que negou o golo com defesa atenta.
A terminar, saiu dos pés de Berghuis um remate que quase trazia o golo da tarde - e possível candidato a um dos melhores do Mundial-2022 -, mas que acabou negado pela trave da baliza catari, no momento mais emocionante do encontro para além dos golos marcados.
Os Países Baixos confirmaram com naturalidade a passagem aos oitavos-de-final da prova, enquanto o anfitrião Catar se despediu sem qualquer ponto conquistado nos três jogos da fase de grupos.
Homem do jogo Flashscore: Frenkie de Jong (Países Baixos).