O escritório de advogados do desporto londrino, Rylands Garth, disse que ia entrar com um processo em tribunal esta terça-feira em nome de 100 ogadores de rugby league, 40 de rugby union e 15 jogadores de futebol, elevando o número total de lesados para 380.
Os jogadores alegam que os órgãos dirigentes dos respetivos desportos não os protegeram de lesões por concussão e não só, que causaram várias perturbações, incluindo início precoce de demência, encefalopatia traumática crónica, epilepsia, doença de Parkinson e doença do neurónio motor - mais conhecida como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
"Atuando com base na mais recente ciência, provas e orientação indepedente especializada, procuramos constantemente salvaguardar e apoiar todos os nossos jogadores - futuros, atuais e antigos...", disseram a World Rugby, a Rugby Football Union (RFU) e a Welsh Rugby Union (WRU) em declaração conjunta.
"Tal como tem sido a posição desde dezembro de 2020, quando estas reivindicações foram feitas pela primeira vez, continuamos impossibilitados de comentar as especificidades da ação judicial, uma vez que continuamos a aguardar os pormenores completos das reivindicações que estão a ser feitas contra nós", prossegue.
A Reuters contactou a RFL (Rugby Football League) e o organismo dirigente do futebol FIFA para um comentário.
Nos últimos meses, a World Rugby também recomendou que a altura das placagens fosse reduzida no desporto amador e apontou para estudos em França e África do Sul que mostraram avanços positivos em termos da segurança dos jogadores e experiência global de jogo.
"As nossas estratégias para prevenir, identificar e gerir lesões na cabeça são impulsionadas por uma paixão pela salvaguarda dos nossos jogadores e baseadas na ciência mais recente, provas e orientações de peritos independentes", disseram.
Rylands Garth representa mais de 250 jogadores de rugby union com lesões cerebrais, incluindo o campeão mundial por Inglaterra Steve Thompson e o ex-capitão do País de Gales Ryan Jones, numa queixa contra a World Rugby e os órgãos dirigentes dos respetivos países.
A firma também representa 100 jogadores de rugby league como parte de uma potencial ação judicial separada, mas semelhante, contra o Liga de Rugby League de Inglaterra.
O antigo internacional britânico Dafydd James (47), que se juntou à queixa esta terça-feira, disse que o seu diagnóstico precoce de demência poderia explicar os seus problemas de saúde mental.
"De certa forma, isto provavelmente realça que tenho algum tipo de resposta sobre o porquê de me sentir da forma que me sinto", disse o antigo internacional galês à BBC.
"Penso que há um dever de segurança dos dois lados para tornar (o desporto) mais seguro, para que haja longevidade e a modalidade possa progredir".