Saman Soltani arrisca-se a ser torturada no Irão após uma fotografia em biquíni

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Saman Soltani arrisca-se a ser torturada no Irão após uma fotografia em biquíni
Saman Soltani é a última vítima da polícia da moralidade iraniana
Saman Soltani é a última vítima da polícia da moralidade iranianaProfimedia
Em 2022, a nadadora artística e canoísta Saman Soltani publicou uma fotografia no Instagram com uma peça de vestuário que a polícia moral iraniana considerou inaceitável. Como resultado, o talentoso atleta não pôde regressar a casa.

Agora com 27 anos, Saman Soltani, nadadora artística e canoísta, era uma das atletas mais talentosas do Irão em natação artística e canoagem e tinha ganho tudo o que podia ser ganho no Irão.

Em 2022, Soltani estava num estágio em Barcelona, onde publicou uma fotografia sua em biquíni no seu Instagram. Uma imagem que recebeu muita publicidade no seu país de origem, mas a atleta, então com 25 anos, estava na Catalunha.

No Irão, a chamada polícia da moralidade tem regras estritas, que obrigam a cobrir tudo, exceto as mãos e o rosto, e que as mulheres não podem competir à frente dos homens. Por isso, a imagem causou grande agitação e resultou num episódio muito violento para Soltani, quando estava a viajar de volta ao seu país no aeroporto de Barcelona.

"Recebi uma chamada telefónica. As vozes do outro lado diziam-me que não podia voltar para casa. Corria o risco de ser presa e torturada", conta Saman Soltani, de acordo com os meios de comunicação noruegueses.

Soltani foi avisada antes de publicar a fotografia nas redes sociais, mas decidiu fazê-lo na mesma.

"Toda a gente disse 'não faças isso, não podes fazer isso'. Mas eu fi-lo na mesma. E quando estava em Barcelona, publiquei histórias no Instagram. Andei sem hijab, de biquíni, partilhei fotografias e vídeos", conta.

Já houve grandes protestos no Irão, depois de uma jovem de 22 anos chamada Mahsa Amini ter morrido sob custódia da polícia da moralidade, após ter sido presa por violar o rigoroso código de vestuário do país.

Após o telefonema no aeroporto, a multi-talentosa iraniana Saman Soltani optou por não regressar ao Irão, com medo das consequências violentas. Por conseguinte, teve de aceitar subitamente o facto de não poder regressar ao seu país de origem.

Saman Soltani optou por contactar um conhecido austríaco, que a ajudou a chegar a Viena. O conhecido austríaco, Uwe Schlokat, tornou-se o tutor da atleta iraniana. Até a apresentou a um clube de caiaque.

Foi um grande sucesso. Depois de várias boas prestações, a federação austríaca permitiu-lhe treinar com a equipa nacional e, desde então, tem participado em competições nacionais no seu novo país de origem.

Mas não é só isso que é positivo. Foi-lhe agora concedido asilo na Áustria. Em novembro, o Comité Olímpico contactou-a e disse-lhe que fazia parte da sua equipa de refugiados.

A equipa de refugiados é uma equipa constituída por atletas que não podem competir pelo seu país de origem e que, em vez disso, são autorizados a competir sob a bandeira do COI. A Áustria também vai enviar uma equipa, à qual Saman Soltani espera juntar-se, e ficará a saber quando for selecionada a equipa olímpica, em abril.

Agora, Saman Soltani espera chegar aos Jogos Olímpicos de Paris.